segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

QUARENTENA by Marco Angeli


Não fosse pelo meu filho, Victor eu jamais teria
visto Quarentena. Cinéfilo como eu, ele
havia fuçado e fuçado sobre o filme na net e
arrumou uma briga comigo e com a irmã, pois
queríamos ver outro filme.



Foi uma surpresa. Teríamos perdido a chance de nos
assustarmos com esse filme noir -às vezes trash-e com
 certeza criativo.
Somos -nós três- fãs incondicionais do cinema de terror,
mas o que acontece é que raramente são
lançados filmes que valham a pena, à exemplo
do péssimo Crepúsculo, que acabamos de assistir numa
madrugada dessas por insistência minha,
infelizmente...1x0 para o Victor.
Quarentena vale a pena.
Dirigido por John Erick Dowdle em parceria com Drew Dowdle
no screenplay, Quarentena é no mínimo interessante
como conceito de se fazer cinema.


John Erick Dowdle, o diretor

Na esteira da ideia de Bruxa de Blair, e mais
recentemente, do ruim Cloverfield, o filme é inteiro
rodado com uma camêra nervosa, irriquieta,
no melhor estilo de reportagem televisiva
ao vivo onde as lentes seguem a ação e nem
sempre sabem para onde ir.


Jennifer Carpenter, excelente como Angela Vidal,
a repórter. Interessante notar a transformação
do personagem durante o filme, vivido
convincentemente por Jennifer. Assusta.


Se fizéssemos uma reunião de pré-produção
para decidir o roteiro para um filme, um script rodado
com uma única camêra e com uma única locação
interna provávelmente jamais seria levado em
consideração. Seria muito chato, não
se manteria por quase duas horas de filme,
aborreceria todo mundo e seria um fracasso.
Surpreendentemente, Quarentena é exatamente
isso e prende o espectador o tempo todo.
Em alguns momentos é realmente assustador,
claustrofóbico, oprimente.



Jay Hernandez e Columbus Short


Elaine Kagan, Jay Hernandez, Columbus Short
e Jennifer Carpenter
: terror sufocante


Johnathon Schaech, Columbus Short


Elaine Kagan e Craig Susser


Marin Hinkle e Joey King

A concepção da fotografia é incrível.
Sem cenários exuberantes, locações externas
ou grandes efeitos especiais, a lente do repórter
se transforma literalmente nos olhos do espectador.



Jennifer Carpenter, very sexy como Angela Vidal

Os personagens
estão o tempo todo dialogando diretamente com a
camêra, carregada por Scott, interpretado pelo
ator Steve Harris. Ela segue e segue filmando,
participando da ação, algumas vezes diretamente, e
cai algumas vezes. Talvez, em termos de fotografia
de cinema isso seja até mais difícil de se fazer do
que trabalhar com várias camêras...e o diretor
de fotografia de Quarentena, Ken Seng,
faz isso muito bem. Aterroriza, e as
lentes contam a história com maestria.


Vídeo desconhecido no YouTube: barulho.

Curiosamente, pouco antes do lançamento do
trailer oficial do filme pela Sony Pictures, surgiu
no YouTube um vídeo misterioso, supostamente
viral, com o nome de Caso 1017 e fez um barulho
danado na internet. Achou-se até que poderia ser um
teaser viral para o lançamento de outra versão de
Cloverfield. Mas na realidade era um teaser para
Quarentena. 


Quarantine: o trailer oficial

Como me disse o Victor antes de assistirmos
Quarentena, o filme vale a pena.
Ele, que adora e ri muito em filmes de zumbis,
Jasons e serras elétricas cortando cabeças,
se enfiou apavorado na poltrona do cinema
várias vezes neste filme.
Victor só tem 12 anos, mas, contando vantagem,
saiu do cinema dizendo em alto e bom
som que entende mais de movies do que
o próprio pai, no caso...eu.
Tive, satisfeito, que concordar.
Ao menos neste caso.

Marco Angeli, janeiro de 2009, ano3

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