segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

FABI, ENSAIO by Marco Angeli


Nos últimos dias fotografei Fabiana num ensaio 
para as lojas Banana Piercing -do meu brother 
André Lopes.
Sem exceção, todos os trabalhos que fazemos juntos são
um prazer, pela proposta e pela maneira que rola.
O resultado está abaixo, uma verdadeira vibe.

 
                                                                              
 Fabiana é bióloga e nos conhecemos no ano 
passado.Nossos trabalhos e essa correria em que vivemos
acabaram adiando o que finalmente foi 
inevitável: acabamos nos encontrando no início do
ano para fazer alguns ensaios, algumas fotos...
Doce e terna, Fabiana entrou em meu coração e não saiu
mais...o que me fez pensar sériamente sobre essa correria
de trabalho em que vivemos e que nos leva
a adiar o inadiável...


A ideía para esse ensaio surgiu por acaso, em uma
de minhas conversas no Facebook, na mesma
madrugada em que fizemos essas imagens...


Foi o seguinte: conversávamos, eu e Mauro Soares,
amigo artista plástico e fotógrafo, sobre jogos,
blefes, e comentei com ele sobre meu pai, que havia
me ensinado a jogar snooker -cheguei a jogar quase
profissionalmente...dessa conversa surgiu a idéia para essas
fotos, apanhei meu taco de estimação...
E todas essas imagens saíram naquela noite.
Fabiana se divertiu muito com a idéia, foi práticamente a primeira
vez que fotografou com um tema...
Nos divertimos, e o resultado está aí...


 Este ensaio é o primeiro de uma série que faremos.
E que estarão em breve por aqui.
Meus agradecimentos ao meu grande brother André Lopes, pela força.

............................................................
Bene, se houve uma maneira maravilhosa de começar
este novo ano, foi ter encontrado Fabiana.
Um presente.


 Marco Angeli, janeiro de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

FABI VIANNA by Marco Angeli


Quando nos conhecemos eu a chamava de moça dos coelhos.
Fabiana Vianna é bióloga e cunicultora.
Para quem estranha a palavra, ela cria mini coelhos da raça
Fuzzy Loop -bichinhos lindos de estimação- que
espalha para todo o país e fora dele.
Há tempos, Fabi veio conhecer meu studio, para fazer
umas fotos comigo. Tardiamente talvez, por atribulações de
minha própria vida...
Mas em tempo.
Descobrimos que além do amor
pelos animais, temos muito muito mais em comum.
A partir daí, ela iluminou meu ano, meus dias
e minha vida.
E hoje...eu a chamo de moça do meu coração...

Fabiana no Banana Piercing

André Lopes, Banana Piercing, very very hot

 
Fabiana e Mister Jorge, brother

 Doce...

 Fabi e Pavarotti, meu gato termômetro: amor instantâneo.

Fabiana e Sofia, coelhinha Fuzzy Loop que tem a cor
azul de Viena, resultado de cruzamento desenvolvido por ela.


Mocinha dos coelhos...

 Pavarotti e Fabiana, studio, today 

Portrait, janeiro de 2011

De todos os inícios de ano que eu poderia imaginar
este é o mais bacana, surpreendente... principalmente 
pela doçura e carinho dessa menina maravilhosa
que um dia chamei de moça dos coelhos...
e hoje é a moça de meu coração!

..............................................................................
Em tempo: Agradeço a todos os meus amigos, muitos,
tantos que me faltam braços pra abraçar, pelo carinho aqui
em meu blog e pelos comentários sempre gentis.
É gratificante ter tantos seguidores, realmente.

Tenho também...heheheh...alguns perseguidores, gente chata
e pentelha, obcecados por mim e por alguma coisa 
qualquer que só existe em suas próprias cabeças.
Faz parte, c'est la vie...
Outro dia, vendo algumas mensagens ou textos que se referiam
a mim, me veio à cabeça um comentário muito sábio
da vovó Angeli, que coloquei no Face:
'O pior cego, e o mais engraçado também, é realmente
aquele que não quer enxergar.
Eles acreditam piamente que a escuridão em que vivem
é a escuridão de todas as pessoas.
Deus, para eles, se escreve com minúscula.'

Em tempo II: Por falar em vovó Angeli, tenho uma
satisfação muito grande em ter sido convidado para escrever
o livro com seus textos sábios.
O material está sendo preparado com grande carinho, e será
ilustrado pelo artista Augusto Minighitti,
brother que admiro de coração.
Em breve -aguardem- my first book!!!!!!!!!!!!!!!!!

Marco Angeli, janeiro de 2011, dopo la luna que non fa errori

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

LA LUNA NON FA ERRORI by Marco Angeli

In Toscana, onde nasceu vovó Angeli, havia a lenda de que,
 em determinada noite de janeiro, essa lua anunciava a morte do amor
 dentro do coração de um dos homens que a observasse, encantado...
Exatamente à meia noite.
A mesma lua, entretanto, nos primeiros minutos do novo dia,
ao sair detrás das nuvens, purificaria seu coração, e esse homem renasceria, limpo...
E o homem continuaria a olhar, encantado, seu esplendor...

De meu studio, 19 de janeiro, 23:20 hs

Marco Angeli, janeiro de 2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

CHUVA, CHUVA by Marco Angeli


Chuva, chuva.
Na estrada, através dos limpadores de parabrisas furiosos,
vejo as pessoas empilhadas, as filas de carros debaixo da chuva que cai.
Pessoas que voltam de algum lugar. 3 de janeiro.
Escuto Eric Clapton no rádio, estranha solidão, essa, que me devolve
a muitos anos atrás, décadas.
Ando pelas ruas de São Paulo.
Apenas ando, não estou feliz, mas não estou triste.
Ajudo uma senhora a atravessar a rua, distraído, e carrego seu guarda chuva
providencial. Chove. Ela fala alguma coisa, não escuto. Ando.
Na frente do banco passo rápido pela mulher sentada no único pedacinho
seco da calçada que -com uma criança no colo- pede centavos.
Passo batido mas meus olhos não, eles gravam a cena, vício
obtido não sei onde, á custa de olhar e olhar.
Não dou os centavos porque ando, meus pés se movimentam.
Me arrependo mas já é tarde, tarde demais.
Meus olhos gravam a cena.
 3 de janeiro, e a vida volta ao normal.
Cruelmente, cruamente. Eu poderia ter fotografado, penso,
se estivesse com a máquina. Mas não fotografaria.
A sensação é sempre a mesma -a de estar sendo ofensivo- quanto tento
registrar a miséria alheia. Realidade, estupidez. Mas é assim.


 A cidade se movimenta, preguiçosa,
vai se reerguendo desses dias, de má vontade, como um paquiderme
pesado demais. Pessoas sonolentas, irritadas, felizes ou infelizes
pelo ano ter finalmente começado. Ou não.
Dentro do banco uma cliente é anã, muito anã,
e do alto de seus talvez 90 cms de altura observa compenetrada
alguns documentos e espera sua vez.
Observo sem querer observar, mas é claro que ela sabe que eu
a observo sem querer observar, com uma cara de que
anãs são comuns dentro de bancos.
Ando.
Me movimento, aprendi a me movimentar para sobreviver.
Assim, ando.


Na rua meus olhos buscam a calçada, mas a mulher e a criança não
estão mais lá. Voltaram para algum lugar, como todos.
Chuva, chuva.
Andar novamente. Penso num amigo de muitos anos,
deitado na cama de um hospital qualquer, com lesões graves na coluna.
Acidente de moto, 24 de dezembro à tarde. Andar pode ser uma dádiva.
Na estrada, paro no restaurante de sempre, e me arrependo.
Chuva, chuva, gente.
As pessoas circulam -shorts e camisas regata coloridas e péssimas- algumas olham
 curiosas minha jaqueta de couro preto fechada.
 Não me importo.
Deixei de me importar com isso há muito. Nem me lembro se alguma
vez me importei com isso.


As pessoas voltam de algum lugar para recomeçar tudo.
Tomo um suco de qualquer coisa para tentar acalmar meu estômago
que queima -finalmente reclamando de tantos anos de sanduíches e refeições
fora de qualquer horário.
E a imagem da mulher com a criança no colo, a mão estendida,
volta a rodopiar na minha cabeça, insistente, com a clareza
de sempre. Meus olhos, insanos e cruéis, gravam e me mostram a cor
cinzenta de sua blusa, os botões de sua roupa. A luz.
Seu olhar...cansado apenas. Sem hostilidade, sem amor.
Me lembrando que a vida continua e continua.


Engulo o que resta do suco de qualquer coisa e volto para
o carro e para a estrada.
Chove, chove.

Marco Angeli, 3 de janeiro de 2011