domingo, 27 de dezembro de 2009

2010 by Marco Angeli

Essa musiquinha antiga me veio à cabeça por estes
dias, como deve ter vindo à de muita gente.
Mas essa letrinha, hoje talvez ingênua, acaba por nos
fazer pensar porque, afinal, nossas vidas mudaram tanto,
se complicaram tanto, porque o tempo nos foge das mãos,
cada vez mais raro, e nos faz simplesmente passar
por cima de tudo o que, na realidade -aquelas pequenas
coisinhas- nos trazem felicidade.
A simplicidade do tempo da musiquinha...onde foi parar?
Me pergunto...será que somos mais felizes, com toda essa
parafernália tecnológica e essa correria desenfreada atrás
de coisas que ás vezes nem ao menos sabemos o que são,
do que foram nossos avós, nossos país?
Será que somos pais melhores para nossos filhos do
que eles foram?
Será, enfim, que ao menos ainda conseguimos saber
o que, realmente, nos deixa felizes?
E que essa felicidade pode estar, e provávelmente está,
em coisinhas simples, como ter tempo para tocar ou olhar apenas
para algo que amamos, com ternura, com amor?
Ou ter dez minutos pra falar um monte de besteira para nossos
filhos, brincar com eles, ser novamente uma criança?
Não sei, não tenho essa resposta.
Mas penso. É o grande dom que todos temos.


Marco Angeli, dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

NATAL

Bene, bene, mais um Natal chegando.
E, junto com ele, mais um ano novinho em folha,
de presente para todos nós.
Natal, antes de qualquer coisa, significa nascimento, renovação,
e vida...que se renova sempre e sempre.
Para muitos de nós, além disso, o Natal traz de volta a presença
daqueles que um dia amamos mas já não então entre nós.
Essa presença celebra também, fortemente, esse maravilhoso
ciclo da vida, inevitável e misterioso.
Que possamos estar todos nós na presença e na
convivência daqueles que amamos e fazem parte,
hoje e sempre, de nossas vidas.




Marco Angeli, dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

GAROTA PIN UP, A NEGRA by Marco Angeli

Acabo de finalizar a garota negra -da série de pin ups-
para a marca Garota Pin Up.
Talvez estejamos, modestamente, corrigindo um erro histórico,
já que são raras as pin ups negras principalmente
nas décadas de 50 e 60, provávelmente pela força
do racismo existente nesse período nos EUA.
Mas, como felizmente estamos no Brasil, e os tempos são
outros, lá vamos nós com as pin ups negras, numa
homenagem mais que devida á mulheres que estão
entre as mais lindas e sensuais deste nosso planeta.


Esboço inicial, a garota negra.



O início da finalização, no Photoshop CS4

Este post serve também para agradecer aos amigos que tem
me acompanhado durante os últimos 3 anos, já que em 
19 de dezembro este blog completou seu terceiro ano, como
lembrou nossa amiga Elisa Toneto.


 
A garota negra, detalhe

Apesar das dificuldades óbvias em nossas vidas, como a falta
de tempo, nessa correria em que vivemos, sempre
parei aqui -e foi um prazer- para escrever sobre algumas
coisas que me interessavam ou simplesmente para colocar
meus últimos trabalhos.


Blackie, a garota negra, finalizada

Este último ano foi particularmente
gratificante, acabamos ficando entre os 100 primeiros
colocados no prêmio Top Blog, graças à perseverança e,
para ser justo...hehehe...á insistência obstinada da
Elisa Toneto, que neste exato momento aproveita
suas férias na Austrália martirizando, com certeza,
os pobrezinhos dos nativos locais. Os cangurus jamais serão
os mesmos...

 
Ruiva, detalhe



Morena, detalhe

Nestes dias lembrei do ícone das pin ups, a inesquecível
Bettie Page, um dos primeiros símbolos sexuais
do século 20 e uma das primeiras modelos a posar para a
revista masculina Playboy norte americana.
Bettie Mae Page nasceu em Nashville, no
Estado do Tennessee,  em 1923.




Bettie Page, no auge de sua carreira como modelo

 Sua carreira decolou depois que um fotógrafo amador
a fotografou em 1950, na cidade de New York.
As imagens das pin ups são um ícone da cultura norte americana,
como a Coca Cola ou a Gillete, e estiveram pregadas
nas paredes de todo o país -daí o termo 'pin up'-, desenhadas
nos caças durante a guerra, e presentes em todos os calendários
picantes (como diria vovó Angeli) dos EUA durante décadas.
Bettie Page foi o seu ícone máximo, era um espírito livre
e exalava uma descarada sensualidade.


Bettie Page, sonho dos marmanjos durante décadas.

Antes de fotografar Bettie havia sido secretária, e em 1998,
numa entrevista para a Playboy, declarou que as fotos
jamais haviam sido motivo de vergonha para ela.
“Eu me sentia normal e era muito melhor do que 
passar oito horas  em frente a uma máquina de escrever,
 o que era muito monótono."

Importante lembrar que ela se referia aos anos 50, uma
das épocas mais moralistas e repressoras, sexualmente,
de nossa história moderna.
Além disso, Bettie mexia justamente com essa repressão
ao posar para as fotos em poses sadomasoquistas, com
lingerie preta, cintas liga, chicotes e outros acessóriozinhos.
Claro que foi extremamente criticada pelos moralistas
de plantão, que estão sempre por aí e que,
salvo engano meu, são os principais consumidores,
escondidinhos, dos chicotes e acessóriozinhos diversos.
Enfim, Bettie Page se casou três vezes e não teve
filhos em nenhum dos casamentos.


E já que estamos a poucos dias do Natal, aí vai 
a bonitinha da Bettie desejando um Feliz Natal a todos nós,
em foto publicada originalmente na Playboy americana.

No final dos anos 50 se tornou religiosa e abandonou
a carreira, mas sua imagem se eternizou nas paredes
da América, e continuam presentes até hoje.
Numa noite de quinta feira, em Los Angeles, Bettie Page
morreu vítima de um ataque cardíaco, num dos
hospitais da cidade.
Interessante observar que ela, como outras -á exemplo
de Marilyn Monroe- foi uma das
principais protagonistas da história das pin ups no mundo,
uma história marcante no imaginário principalmente
masculino durante décadas.
E que hoje, muitos anos depois, quando desenhamos e
fotografamos esse conceito, essa idéia, de certa
forma...continuamos essa história.

Marco Angeli, dezembro de 2009, felizmente

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

GAROTA PIN UP, A MORENA by Marco Angeli

Mais uma das ilustrações da série que venho
desenhando para a marca Garota Pin Up.
Desenvolver essa série tem sido ao mesmo tempo um
desafio e um prazer grande.



 
Morena, o primeiro esboço, depois de correções




Colorização digital, Photoshop

Um desafio porque as pin ups foram tradicionalmente
desenhadas por alguns dos melhores ilustradores
do mundo, como já citei anteriormente,
e um prazer porque raramente temos a oportunidade
de ilustrar o que gostamos e como gostamos, o que é
exatamente o caso.


O cachorrinho, presença constante nas antigas ilustras
das pin ups.

 
A morena e seu back: finalizada
 
Além disso, este trabalho vem andando de uma maneira
muito bacana, nesta parceria
que fizemos, e as coisas fluem de uma forma que
raramente -também- se encontra em trabalhos editoriais
ou para publicidade.

 
As pin ups, fotografadas por Ricardo Ferrari.

Todas estas ilustrações foram executadas
com esboço e finalização digital, e trabalhei com
o aerógrafo do Photoshop CS4.

Bom, lembro a todos que essas imagens são protegidas
por copyright e para qualquer uso os
proprietários da marca devem ser consultados.
Nunca é demais lembrar...

Marco Angeli, dezembro de 2009, felizmente



sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

GAROTA PIN UP, A LOIRA by Marco Angeli

Estou colocando aqui a loira que acabei de ilustrar
para a marca Garota Pin Up.
Todas as ilustras serão usadas nos licenciamentos
de produtos e decidimos fazer estas primeiras
representando o ícone de cada raça.


Passo a passo: o esboço da loira

Em seguida virão a negra e a morena.
Como disse anteriormente é um prazer grande poder
homenagear grandes artistas como Billy Devorrs, Alberto Vargas
e Benício, que fizeram parte de minha formação
profissional e artística.
Interessante notar que, apesar dos anos 50 terem sido a
época áurea do aerógrafo nos EUA, artistas como Gil Elvgreen ou
Billy DeVorss usavam para suas ilustrações uma técnica
antiga e tradicional de aquarela.


O início: airbrush, digital

Isso conferia vida e calor às suas mulheres, e uma espontaniedade
que raramente se podia conseguir com aerógrafo, que tende
a ser extremamente técnico, hiperrealista, mas
dificílimo de se usar com talento.
A exceção nesse caso é o gênio de Alberto Vargas,
que utilizava o airbrush -literalmente pincel de ar- com leveza e
sensibilidade, eliminando aquele aspecto duro que as imagens
pintadas com aerógrafo tem normalmente.
O aerógrafo era usado anteriormente para o retoque de
fotos particularmente difíceis -em publicidade- como
máquinas e outros produtos que fotografados não saíam
lá muito bacanas, com defeitos.




A loira, quase terminada

Todo o processo era manual, óbviamente, e usado nos
EUA em capas de revistas e anúncios. Era um processo
caro e demorado, e por isso mesmo nem todos os anúncios
ou capas eram aerografados.


O rosto, modificado após algumas correções

Nas editoras e nas agências de propaganda esse trabalho
era feito por artistas, sobre papel sempre.
O próprio Benício e eu mesmo, no início de nossas vidas
profissionais, trabalhamos dentro de agências.
A função do ilustrador trabalhando dentro das agências já
não existe mais, práticamente, e acabou graças ao uso
dos computadores na publicidade e no editorial.
O airbrush digital substituí com maestria e inúmeras
vantagens o antigo manual, com a única desvantagem
de não se ter em mãos um original físico.


A loira, finalizada, com back

Eu mesmo fiz minha última ilustração aerografada
e manual, sobre papel Schoeller, usando máscaras adesivas,
lá por 2003 ou 2004. Foi uma ilustra para a Nestlè,
encomendada pela MaCannErickson, e pintei um original
em aquarela, já que se tratava de seguir o estilo do
artista gráfico Mucha, do início do século 20, um dos
grandes artistas art nouveau.

Em tempo: para os que não conhecem, o airbrush, ou
aerógrafo, é uma pequena e delicada pistola de pintura
similar, numa comparação grosseira, às utilizadas
para pintura de carros, com a diferença de ter grande 
precisão e conseguir detalhes minúsculos.

O processo é o mesmo, ela vaporiza a tinta sobre o
desenho esboçado, sem jamais tocar a superfície, e
trabalha-se sempre com máscaras para cada cor.
Graças à suavidade que é possível obter com ele,
principalmente nos meio tons, o aerógrafo foi usado
sempre em imagens e ilustrações hiperrealistas.


Marco Angeli, dezembro de 2009


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

GAROTA PIN UP, A RUIVA by Marco Angeli

Adolescente, eu observava assombrado as ilustrações
das pin ups de Alberto Vargas para a Playboy americana
e aquelas mulheres viraram mulheres de sonho.
Sonhava em um dia desenhar como ele ou Billy Devors,
ou Gil Elvgren, os mestres das pinups.
Aqui no Brasil, mais ou menos na mesma época,
um outro mestre mostrava seu talento nas capas de um
pocket book que se não me engano se chamava Brigitte Montfort.
O livrinho não era lá essas coisas, mas as capas...as capas eram
maravilhosas, desenhadas por Benício, e mostravam sempre
a sensual Brigitte, uma espiã à serviço de não lembro quem,
em poses maravilhosas. Fez parte da minha adolescência.
Apesar de ter desenhado mulheres para a Playboy brasileira
durante alguns anos, principalmente à partir da morte de
Pat Nagel nos EUA (as ilustras de Nagel viraram uma espécie
de marca registrada da revista, em vários países, inclusive
no Brasil, e eu, durante algum tempo, continuei seu trabalho
aqui, no mesmo estilo) nunca tive a oportunidade de me
dedicar exclusivamente ás pin ups.


Garota Pin Up, o site

Até agora, quando, convidado por Netto e Ricardo Ferrari,
respectivamente o marketing e a fotografia, estou desenhando
as pin ups para sua marca, Garota Pin Up.


Esboço da ruiva, aprovado por todos nós



Passo a passo, o início da pintura, digital.

A referência aos anos 40 e 50 é óbvia e intencional, uma
homenagem mesmo aos grandes artistas e à todo um convceito
de vida, de sensualidade, de design.
Isso confere um cunho cultural ao site Garota Pin Up, que hoje,
com seus ensaios fotográficos, tem a marcante média de
120.000 pageviews por mês, incorporado ao portal Vírgula e
à Jovem Pan. O que lhe confere uma visibilidade de cerca
de 25 milhões de pessoas.

 
A ruiva, quase finalizada...

Os principais acessos vem de São Paulo, Rio, Belo Horizonte,
Brasília, Curitiba, Campinas, Porto Alegre, Goiânia, Salvador e
Florianópolis, entre outras cidades.
A marca Garota Pin Up, à partir desse momento, se amplia
para a publicação de revista, calendário, televisão, concursos e
licenciamento de produtos.


As pin ups, sempre presentes no merchandising.

Claro que é um projeto, além de tudo, fascinante.
Essa releitura com um jeito meio brasileiro das pin ups dos
anos 50 é inédita, entre outras coisas.
Elas são um resgate da jovialidade, da pureza, do romantismo
e do sonho dentro de cada mulher, numa época em que
são representadas pela mídia mundial, quase que sem exceções,
de uma forma irreal, fria e cheia de retoques.
Mas as mulheres verdadeiras carregam o sonho consigo, como sempre
carregaram, apesar de tudo.


A ruiva, finalizada

E nenhuma época foi tão rica em retratar esse sonho quanto
a que em que as pin ups reinaram, absolutas, no imaginário de
homens e mulheres, indo de Betty Boop e Marilyn Monroe até o
ícone de todas elas, Betty Page.
Para mim, portanto, é uma super satisfação fazer essa releitura
desses mestres, o que considero, modestamente, como uma
pequena homenagem à eles -pela riqueza que adicionaram à minha
adolescência.
Espero que gostem, a ruiva é a primeira finalizada de uma série
de quatro, que estarei colocando aqui.

Marco Angeli, dezembro de 2009

sábado, 5 de dezembro de 2009

PRESENTE DE CASAMENTO by Marco Angeli

Para quem gosta de arte, uma pintura é sempre
um presente muito especial, e, como diz Otávio Santoro,
diferente de qualquer outro, e permanece para sempre
com quem é presenteado.
Acabo de pintar por encomenda para ele o Teatro Municipal,
em São Paulo, que será justamente presenteado à um de seus
amigos que se casará por estes dias.


São Paulo, 2007: mistura de estilos de arquitetura.

Usei para essa pintura algumas fotos que fiz em 2007,
do Centro de São Paulo, e que mostram esse aspecto
fascinante dessa cidade, que é o contraste arquitetônico
forte e presente nas ruas do centro antigo.


Detalhe. A técnica é carvão e acrílico sobre canvas.



O formato é de 150 x 200 cm. Na foto, Victor Angeli.

Estarei participando no dia 18 de dezembro, ao lado de meus
grandes amigos da Secretaria de Cultura de Barueri, de
uma mostra conjunta, uma espécie de confraternização.
Participarão cerca de 20 artistas, entre eles artistas plásticos,
músicos e escultores.
É sempre um grande prazer estar com esse pessoal,
e colocarei nessa mostra a primeira pintura
de minha série de 'Ballerinas', que acabo de iniciar.
Aguardo voces lá.

Marco Angeli, dezembro de 2009