Acabo de finalizar a garota negra -da série de pin ups-
Talvez estejamos, modestamente, corrigindo um erro histórico,
já que são raras as pin ups negras principalmente
nas décadas de 50 e 60, provávelmente pela força
do racismo existente nesse período nos EUA.
Mas, como felizmente estamos no Brasil, e os tempos são
outros, lá vamos nós com as pin ups negras, numa
homenagem mais que devida á mulheres que estão
entre as mais lindas e sensuais deste nosso planeta.
Esboço inicial, a garota negra.
O início da finalização, no Photoshop CS4
Este post serve também para agradecer aos amigos que tem
me acompanhado durante os últimos 3 anos, já que em
19 de dezembro este blog completou seu terceiro ano, como
lembrou nossa amiga Elisa Toneto.
A garota negra, detalhe
Apesar das dificuldades óbvias em nossas vidas, como a falta
de tempo, nessa correria em que vivemos, sempre
parei aqui -e foi um prazer- para escrever sobre algumas
coisas que me interessavam ou simplesmente para colocar
meus últimos trabalhos.
Blackie, a garota negra, finalizada
Este último ano foi particularmente
gratificante, acabamos ficando entre os 100 primeiros
colocados no prêmio Top Blog, graças à perseverança e,
para ser justo...hehehe...á insistência obstinada da
Elisa Toneto, que neste exato momento aproveita
suas férias na Austrália martirizando, com certeza,
os pobrezinhos dos nativos locais. Os cangurus jamais serão
os mesmos...
Nestes dias lembrei do ícone das pin ups, a inesquecível
Bettie Page, um dos primeiros símbolos sexuais
do século 20 e uma das primeiras modelos a posar para a
revista masculina Playboy norte americana.
Bettie Mae Page nasceu em Nashville, no
Estado do Tennessee, em 1923.
Bettie Page, no auge de sua carreira como modelo
Sua carreira decolou depois que um fotógrafo amador
a fotografou em 1950, na cidade de New York.
As imagens das pin ups são um ícone da cultura norte americana,
como a Coca Cola ou a Gillete, e estiveram pregadas
nas paredes de todo o país -daí o termo 'pin up'-, desenhadas
nos caças durante a guerra, e presentes em todos os calendários
picantes (como diria vovó Angeli) dos EUA durante décadas.
Bettie Page foi o seu ícone máximo, era um espírito livre
e exalava uma descarada sensualidade.
Bettie Page, sonho dos marmanjos durante décadas.
Antes de fotografar Bettie havia sido secretária, e em 1998,
numa entrevista para a Playboy, declarou que as fotos
jamais haviam sido motivo de vergonha para ela.
“Eu me sentia normal e era muito melhor do que
passar oito horas em frente a uma máquina de escrever,
o que era muito monótono."
Importante lembrar que ela se referia aos anos 50, uma
das épocas mais moralistas e repressoras, sexualmente,
de nossa história moderna.
Além disso, Bettie mexia justamente com essa repressão
ao posar para as fotos em poses sadomasoquistas, com
lingerie preta, cintas liga, chicotes e outros acessóriozinhos.
Claro que foi extremamente criticada pelos moralistas
de plantão, que estão sempre por aí e que,
salvo engano meu, são os principais consumidores,
escondidinhos, dos chicotes e acessóriozinhos diversos.
Enfim, Bettie Page se casou três vezes e não teve
filhos em nenhum dos casamentos.
E já que estamos a poucos dias do Natal, aí vai
a bonitinha da Bettie desejando um Feliz Natal a todos nós,
em foto publicada originalmente na Playboy americana.
No final dos anos 50 se tornou religiosa e abandonou
a carreira, mas sua imagem se eternizou nas paredes
da América, e continuam presentes até hoje.
Numa noite de quinta feira, em Los Angeles, Bettie Page
morreu vítima de um ataque cardíaco, num dos
hospitais da cidade.
Interessante observar que ela, como outras -á exemplo
de Marilyn Monroe- foi uma das
principais protagonistas da história das pin ups no mundo,
uma história marcante no imaginário principalmente
masculino durante décadas.
E que hoje, muitos anos depois, quando desenhamos e
fotografamos esse conceito, essa idéia, de certa
forma...continuamos essa história.
Marco Angeli, dezembro de 2009, felizmente