domingo, 27 de dezembro de 2009

2010 by Marco Angeli

Essa musiquinha antiga me veio à cabeça por estes
dias, como deve ter vindo à de muita gente.
Mas essa letrinha, hoje talvez ingênua, acaba por nos
fazer pensar porque, afinal, nossas vidas mudaram tanto,
se complicaram tanto, porque o tempo nos foge das mãos,
cada vez mais raro, e nos faz simplesmente passar
por cima de tudo o que, na realidade -aquelas pequenas
coisinhas- nos trazem felicidade.
A simplicidade do tempo da musiquinha...onde foi parar?
Me pergunto...será que somos mais felizes, com toda essa
parafernália tecnológica e essa correria desenfreada atrás
de coisas que ás vezes nem ao menos sabemos o que são,
do que foram nossos avós, nossos país?
Será que somos pais melhores para nossos filhos do
que eles foram?
Será, enfim, que ao menos ainda conseguimos saber
o que, realmente, nos deixa felizes?
E que essa felicidade pode estar, e provávelmente está,
em coisinhas simples, como ter tempo para tocar ou olhar apenas
para algo que amamos, com ternura, com amor?
Ou ter dez minutos pra falar um monte de besteira para nossos
filhos, brincar com eles, ser novamente uma criança?
Não sei, não tenho essa resposta.
Mas penso. É o grande dom que todos temos.


Marco Angeli, dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

NATAL

Bene, bene, mais um Natal chegando.
E, junto com ele, mais um ano novinho em folha,
de presente para todos nós.
Natal, antes de qualquer coisa, significa nascimento, renovação,
e vida...que se renova sempre e sempre.
Para muitos de nós, além disso, o Natal traz de volta a presença
daqueles que um dia amamos mas já não então entre nós.
Essa presença celebra também, fortemente, esse maravilhoso
ciclo da vida, inevitável e misterioso.
Que possamos estar todos nós na presença e na
convivência daqueles que amamos e fazem parte,
hoje e sempre, de nossas vidas.




Marco Angeli, dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

GAROTA PIN UP, A NEGRA by Marco Angeli

Acabo de finalizar a garota negra -da série de pin ups-
para a marca Garota Pin Up.
Talvez estejamos, modestamente, corrigindo um erro histórico,
já que são raras as pin ups negras principalmente
nas décadas de 50 e 60, provávelmente pela força
do racismo existente nesse período nos EUA.
Mas, como felizmente estamos no Brasil, e os tempos são
outros, lá vamos nós com as pin ups negras, numa
homenagem mais que devida á mulheres que estão
entre as mais lindas e sensuais deste nosso planeta.


Esboço inicial, a garota negra.



O início da finalização, no Photoshop CS4

Este post serve também para agradecer aos amigos que tem
me acompanhado durante os últimos 3 anos, já que em 
19 de dezembro este blog completou seu terceiro ano, como
lembrou nossa amiga Elisa Toneto.


 
A garota negra, detalhe

Apesar das dificuldades óbvias em nossas vidas, como a falta
de tempo, nessa correria em que vivemos, sempre
parei aqui -e foi um prazer- para escrever sobre algumas
coisas que me interessavam ou simplesmente para colocar
meus últimos trabalhos.


Blackie, a garota negra, finalizada

Este último ano foi particularmente
gratificante, acabamos ficando entre os 100 primeiros
colocados no prêmio Top Blog, graças à perseverança e,
para ser justo...hehehe...á insistência obstinada da
Elisa Toneto, que neste exato momento aproveita
suas férias na Austrália martirizando, com certeza,
os pobrezinhos dos nativos locais. Os cangurus jamais serão
os mesmos...

 
Ruiva, detalhe



Morena, detalhe

Nestes dias lembrei do ícone das pin ups, a inesquecível
Bettie Page, um dos primeiros símbolos sexuais
do século 20 e uma das primeiras modelos a posar para a
revista masculina Playboy norte americana.
Bettie Mae Page nasceu em Nashville, no
Estado do Tennessee,  em 1923.




Bettie Page, no auge de sua carreira como modelo

 Sua carreira decolou depois que um fotógrafo amador
a fotografou em 1950, na cidade de New York.
As imagens das pin ups são um ícone da cultura norte americana,
como a Coca Cola ou a Gillete, e estiveram pregadas
nas paredes de todo o país -daí o termo 'pin up'-, desenhadas
nos caças durante a guerra, e presentes em todos os calendários
picantes (como diria vovó Angeli) dos EUA durante décadas.
Bettie Page foi o seu ícone máximo, era um espírito livre
e exalava uma descarada sensualidade.


Bettie Page, sonho dos marmanjos durante décadas.

Antes de fotografar Bettie havia sido secretária, e em 1998,
numa entrevista para a Playboy, declarou que as fotos
jamais haviam sido motivo de vergonha para ela.
“Eu me sentia normal e era muito melhor do que 
passar oito horas  em frente a uma máquina de escrever,
 o que era muito monótono."

Importante lembrar que ela se referia aos anos 50, uma
das épocas mais moralistas e repressoras, sexualmente,
de nossa história moderna.
Além disso, Bettie mexia justamente com essa repressão
ao posar para as fotos em poses sadomasoquistas, com
lingerie preta, cintas liga, chicotes e outros acessóriozinhos.
Claro que foi extremamente criticada pelos moralistas
de plantão, que estão sempre por aí e que,
salvo engano meu, são os principais consumidores,
escondidinhos, dos chicotes e acessóriozinhos diversos.
Enfim, Bettie Page se casou três vezes e não teve
filhos em nenhum dos casamentos.


E já que estamos a poucos dias do Natal, aí vai 
a bonitinha da Bettie desejando um Feliz Natal a todos nós,
em foto publicada originalmente na Playboy americana.

No final dos anos 50 se tornou religiosa e abandonou
a carreira, mas sua imagem se eternizou nas paredes
da América, e continuam presentes até hoje.
Numa noite de quinta feira, em Los Angeles, Bettie Page
morreu vítima de um ataque cardíaco, num dos
hospitais da cidade.
Interessante observar que ela, como outras -á exemplo
de Marilyn Monroe- foi uma das
principais protagonistas da história das pin ups no mundo,
uma história marcante no imaginário principalmente
masculino durante décadas.
E que hoje, muitos anos depois, quando desenhamos e
fotografamos esse conceito, essa idéia, de certa
forma...continuamos essa história.

Marco Angeli, dezembro de 2009, felizmente

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

GAROTA PIN UP, A MORENA by Marco Angeli

Mais uma das ilustrações da série que venho
desenhando para a marca Garota Pin Up.
Desenvolver essa série tem sido ao mesmo tempo um
desafio e um prazer grande.



 
Morena, o primeiro esboço, depois de correções




Colorização digital, Photoshop

Um desafio porque as pin ups foram tradicionalmente
desenhadas por alguns dos melhores ilustradores
do mundo, como já citei anteriormente,
e um prazer porque raramente temos a oportunidade
de ilustrar o que gostamos e como gostamos, o que é
exatamente o caso.


O cachorrinho, presença constante nas antigas ilustras
das pin ups.

 
A morena e seu back: finalizada
 
Além disso, este trabalho vem andando de uma maneira
muito bacana, nesta parceria
que fizemos, e as coisas fluem de uma forma que
raramente -também- se encontra em trabalhos editoriais
ou para publicidade.

 
As pin ups, fotografadas por Ricardo Ferrari.

Todas estas ilustrações foram executadas
com esboço e finalização digital, e trabalhei com
o aerógrafo do Photoshop CS4.

Bom, lembro a todos que essas imagens são protegidas
por copyright e para qualquer uso os
proprietários da marca devem ser consultados.
Nunca é demais lembrar...

Marco Angeli, dezembro de 2009, felizmente



sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

GAROTA PIN UP, A LOIRA by Marco Angeli

Estou colocando aqui a loira que acabei de ilustrar
para a marca Garota Pin Up.
Todas as ilustras serão usadas nos licenciamentos
de produtos e decidimos fazer estas primeiras
representando o ícone de cada raça.


Passo a passo: o esboço da loira

Em seguida virão a negra e a morena.
Como disse anteriormente é um prazer grande poder
homenagear grandes artistas como Billy Devorrs, Alberto Vargas
e Benício, que fizeram parte de minha formação
profissional e artística.
Interessante notar que, apesar dos anos 50 terem sido a
época áurea do aerógrafo nos EUA, artistas como Gil Elvgreen ou
Billy DeVorss usavam para suas ilustrações uma técnica
antiga e tradicional de aquarela.


O início: airbrush, digital

Isso conferia vida e calor às suas mulheres, e uma espontaniedade
que raramente se podia conseguir com aerógrafo, que tende
a ser extremamente técnico, hiperrealista, mas
dificílimo de se usar com talento.
A exceção nesse caso é o gênio de Alberto Vargas,
que utilizava o airbrush -literalmente pincel de ar- com leveza e
sensibilidade, eliminando aquele aspecto duro que as imagens
pintadas com aerógrafo tem normalmente.
O aerógrafo era usado anteriormente para o retoque de
fotos particularmente difíceis -em publicidade- como
máquinas e outros produtos que fotografados não saíam
lá muito bacanas, com defeitos.




A loira, quase terminada

Todo o processo era manual, óbviamente, e usado nos
EUA em capas de revistas e anúncios. Era um processo
caro e demorado, e por isso mesmo nem todos os anúncios
ou capas eram aerografados.


O rosto, modificado após algumas correções

Nas editoras e nas agências de propaganda esse trabalho
era feito por artistas, sobre papel sempre.
O próprio Benício e eu mesmo, no início de nossas vidas
profissionais, trabalhamos dentro de agências.
A função do ilustrador trabalhando dentro das agências já
não existe mais, práticamente, e acabou graças ao uso
dos computadores na publicidade e no editorial.
O airbrush digital substituí com maestria e inúmeras
vantagens o antigo manual, com a única desvantagem
de não se ter em mãos um original físico.


A loira, finalizada, com back

Eu mesmo fiz minha última ilustração aerografada
e manual, sobre papel Schoeller, usando máscaras adesivas,
lá por 2003 ou 2004. Foi uma ilustra para a Nestlè,
encomendada pela MaCannErickson, e pintei um original
em aquarela, já que se tratava de seguir o estilo do
artista gráfico Mucha, do início do século 20, um dos
grandes artistas art nouveau.

Em tempo: para os que não conhecem, o airbrush, ou
aerógrafo, é uma pequena e delicada pistola de pintura
similar, numa comparação grosseira, às utilizadas
para pintura de carros, com a diferença de ter grande 
precisão e conseguir detalhes minúsculos.

O processo é o mesmo, ela vaporiza a tinta sobre o
desenho esboçado, sem jamais tocar a superfície, e
trabalha-se sempre com máscaras para cada cor.
Graças à suavidade que é possível obter com ele,
principalmente nos meio tons, o aerógrafo foi usado
sempre em imagens e ilustrações hiperrealistas.


Marco Angeli, dezembro de 2009


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

GAROTA PIN UP, A RUIVA by Marco Angeli

Adolescente, eu observava assombrado as ilustrações
das pin ups de Alberto Vargas para a Playboy americana
e aquelas mulheres viraram mulheres de sonho.
Sonhava em um dia desenhar como ele ou Billy Devors,
ou Gil Elvgren, os mestres das pinups.
Aqui no Brasil, mais ou menos na mesma época,
um outro mestre mostrava seu talento nas capas de um
pocket book que se não me engano se chamava Brigitte Montfort.
O livrinho não era lá essas coisas, mas as capas...as capas eram
maravilhosas, desenhadas por Benício, e mostravam sempre
a sensual Brigitte, uma espiã à serviço de não lembro quem,
em poses maravilhosas. Fez parte da minha adolescência.
Apesar de ter desenhado mulheres para a Playboy brasileira
durante alguns anos, principalmente à partir da morte de
Pat Nagel nos EUA (as ilustras de Nagel viraram uma espécie
de marca registrada da revista, em vários países, inclusive
no Brasil, e eu, durante algum tempo, continuei seu trabalho
aqui, no mesmo estilo) nunca tive a oportunidade de me
dedicar exclusivamente ás pin ups.


Garota Pin Up, o site

Até agora, quando, convidado por Netto e Ricardo Ferrari,
respectivamente o marketing e a fotografia, estou desenhando
as pin ups para sua marca, Garota Pin Up.


Esboço da ruiva, aprovado por todos nós



Passo a passo, o início da pintura, digital.

A referência aos anos 40 e 50 é óbvia e intencional, uma
homenagem mesmo aos grandes artistas e à todo um convceito
de vida, de sensualidade, de design.
Isso confere um cunho cultural ao site Garota Pin Up, que hoje,
com seus ensaios fotográficos, tem a marcante média de
120.000 pageviews por mês, incorporado ao portal Vírgula e
à Jovem Pan. O que lhe confere uma visibilidade de cerca
de 25 milhões de pessoas.

 
A ruiva, quase finalizada...

Os principais acessos vem de São Paulo, Rio, Belo Horizonte,
Brasília, Curitiba, Campinas, Porto Alegre, Goiânia, Salvador e
Florianópolis, entre outras cidades.
A marca Garota Pin Up, à partir desse momento, se amplia
para a publicação de revista, calendário, televisão, concursos e
licenciamento de produtos.


As pin ups, sempre presentes no merchandising.

Claro que é um projeto, além de tudo, fascinante.
Essa releitura com um jeito meio brasileiro das pin ups dos
anos 50 é inédita, entre outras coisas.
Elas são um resgate da jovialidade, da pureza, do romantismo
e do sonho dentro de cada mulher, numa época em que
são representadas pela mídia mundial, quase que sem exceções,
de uma forma irreal, fria e cheia de retoques.
Mas as mulheres verdadeiras carregam o sonho consigo, como sempre
carregaram, apesar de tudo.


A ruiva, finalizada

E nenhuma época foi tão rica em retratar esse sonho quanto
a que em que as pin ups reinaram, absolutas, no imaginário de
homens e mulheres, indo de Betty Boop e Marilyn Monroe até o
ícone de todas elas, Betty Page.
Para mim, portanto, é uma super satisfação fazer essa releitura
desses mestres, o que considero, modestamente, como uma
pequena homenagem à eles -pela riqueza que adicionaram à minha
adolescência.
Espero que gostem, a ruiva é a primeira finalizada de uma série
de quatro, que estarei colocando aqui.

Marco Angeli, dezembro de 2009

sábado, 5 de dezembro de 2009

PRESENTE DE CASAMENTO by Marco Angeli

Para quem gosta de arte, uma pintura é sempre
um presente muito especial, e, como diz Otávio Santoro,
diferente de qualquer outro, e permanece para sempre
com quem é presenteado.
Acabo de pintar por encomenda para ele o Teatro Municipal,
em São Paulo, que será justamente presenteado à um de seus
amigos que se casará por estes dias.


São Paulo, 2007: mistura de estilos de arquitetura.

Usei para essa pintura algumas fotos que fiz em 2007,
do Centro de São Paulo, e que mostram esse aspecto
fascinante dessa cidade, que é o contraste arquitetônico
forte e presente nas ruas do centro antigo.


Detalhe. A técnica é carvão e acrílico sobre canvas.



O formato é de 150 x 200 cm. Na foto, Victor Angeli.

Estarei participando no dia 18 de dezembro, ao lado de meus
grandes amigos da Secretaria de Cultura de Barueri, de
uma mostra conjunta, uma espécie de confraternização.
Participarão cerca de 20 artistas, entre eles artistas plásticos,
músicos e escultores.
É sempre um grande prazer estar com esse pessoal,
e colocarei nessa mostra a primeira pintura
de minha série de 'Ballerinas', que acabo de iniciar.
Aguardo voces lá.

Marco Angeli, dezembro de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A CASA DA CHRIS by Marco Angeli

Não costumo normalmente falar aqui sobre
blogs, mas esse caso é realmente especial.
O blog da Chris Campos, jornalista, é muito bacana
e tem um visual meio vintage...delicioso.
Mas acabei conhecendo o blog graças à uma polêmica gerada
justamente por uma de suas postagens, Cartilha do Amor, onde ela
recomenda e comenta o filme 500 Days of Summer.
O filme -que ainda não vi mas preciso- trata dos desníveis
de todo relacionamento, e esse foi o tema de uma
longa conversa entre a Silvana Spinelli, direto do seu escritório
e de seus processos, a Vera Lo Re, direto da Itália,
e eu por aqui, desenhando.


O blog da Chris, muito bacana

Quando se trata de intensidade do amor, em todos os
relacionamentos existem os que estão acima e os que
estão abaixo do parceiro neste level.
A média e o equilíbrio parecem ser quase impossíveis
exceto, consenso do trio, nos inícios de relacionamento.
Quando existe a paixão. Depois...bom, depois é o
depois, todos sabemos como é...
Sobre o filme, da Chris:
'É um soco no fígado de quem insiste em não enxergar o óbvio
 e se recusa a acreditar na sinceridade alheia.
 Duas pessoas podem sim estar felizinhas da vida juntas
 sem necessariamente estarem igualmente apaixonadas.
Ponto.'  
Discutir e viver o amor é sempre complicado.
Mas me parece óbvio que para os que estão abaixo em
intensidade é sempre mais confortável. Não sei.
A Silvana, por exemplo, acha desconfortável:
'Acho que abaixo é pior.
 Sabe pq ? pq vc se sente devedor da coisa toda...
o cara fazendo mundos e fundos e vc, nada...'
A Vera concorda comigo:
 'Mas.... eu acho acima... o tombo è sempre maior....

claro que qualquer um dos dois sempre tem as suas feridas ,
 mas... tbm temos um amigo:o tempo!!!!... E...tudo passa...
bacio per tutti i due;-)
No final, a recomendação da Silvana:
'Vai pro blog, menino...lembra da "cadeira do pensamento"
 onde a mãe punha a gente de castigo?
 O blog é a "cadeira da reflexão", onde escrever é uma catarse
 e ler nos faz refletir sobre a vida e suas vicissitudes...:))'

Enfim, tudo isso por causa da postagem da Chris e sobre
o filme que ainda não vi.
Mas valeu, com certeza.
Vou ver o filme e o blog é amazing!!!!!

Baci e ciao per tutti.
Marco Angeli, novembro de 2009

CHRISTMAS GIFTS II by Marco Angeli

A arquitetura e a paisagem urbana sempre foram e
serão um de meus temas preferidos.
Passamos pelas cidades e elas passam por nós.
Algumas permanecem sempre, em nossas memórias.
Uma obra de arte é esse registro, a marca de uma época,
de um momento em que a arquitetura, o concreto e
essas ruas fizeram parte de nossas vidas.
E nós fizemos parte da vida na cidade.


São Paulo, Teatro Municipal, 2008

Escrevo aqui para lembrar a todos que adoro pintar
os portraits e as cidades sob encomenda.
E esta é a época perfeita para que pessoas especiais
recebam ou presenteiem outras pessoas especiais.

Contato do studio: studio@marcoangeli.com.br

abraços a todos
Marco Angeli, novembro de 2009

CHRISTMAS GIFTS by Marco Angeli

Uma obra de arte, como disse meu amigo Otávio, é
sempre um presente inesquecível e permanente.
Num debate recente entre algumas pessoas no Facebook,
chegamos à conclusão de que tudo passa -quando falávamos
sobre vida e relacionamentos.
Entretanto as obras de arte permanecem sempre, como
um registro de uma época, das pessoas, das cidades...
E da emoção contida nelas...


Mario e Ilva Princi Angeli, c. de 1953. Good times.

Escrevo aqui para lembrar a todos que adoro pintar
os portraits e as cidades sob encomenda.
E esta é a época perfeita para que pessoas especiais
recebam ou presenteiem outras pessoas especiais.

Contato do studio: studio@marcoangeli.com.br

abraços a todos
Marco Angeli, novembro de 2009

domingo, 1 de novembro de 2009

VÔO 3054, REMEMBER?

Estou escrevendo novamente sobre o voo 3054,
como fiz há dois anos.
Estou escrevendo para ser chato mesmo, indo contra a cansada e
velha teoria de que nós brasileiros somos desmemoriados.
Tarefa inútil, sei bem disso.
Estou escrevendo talvez porque são irritantes aquelas frases feitas,
extremamente convenientes na boca de muita gente, tipo
'Bom, já aconteceu mesmo'...ou 'Ainda bem que não foi comigo...'
Pode ser...mas se não tirarmos as devidas lições do que aconteceu e
simplesmente não olharmos para trás, acontecerá novamente.


Saguão do aeroporto, dia da tragédia

E poderá ser com um dos que dizem o
'ainda bem que não foi comigo'.
O que -simplificando- é simplesmente uma atitude burra.
Apostando e acertando na mosca nessa atitude e reação de todos
nós, as autoridades competentes para apurar as responsabilidades
sobre a tragédia que causou a morte de 200 pessoas
levaram dois longos anos,
enrolando o máximo que puderam para chegar á uma conclusão
previsível, em se tratando de fazer o possível e o impossível para
acobertar erros da empresa e autoridades envolvidas no caso, desde
 a manutenção das aeronaves quanto
do próprio aeroporto e sua pista.



Apostando no esquecimento, a Aeronáutica divulga seu relatório
final sobreo caso, com a singela conclusão de que não
existem responsáveis.
E insinua que talvez...os responsáveis sejam os pilotos.
E que se alguém tem que apontar culpados, que seja a polícia,
jogando a tal batata quente em outras mãos.
A PF, por sua vez, corrobora e enfatiza o relatório da CENIPA e
atribui taxativamente aos pilotos,
óbviamente mortos e sem condições de
se defender, a responsabilidade pelo desastre, o que gera indignação
de pilotos e associações por todo o país.



Veja o relatório da Aeronáutica, divulgado 
oficialmente há alguns dias 

Isso tudo, é claro, para quem se deu ao trabalho de acompanhar, foi
publicado há dias pela imprensa,
em letras provávelmente pequenas demais.
Afinal, já nem é mais uma notícia, apenas um relatório previsível,
e a quem interessam os relatórios previsíveis? A ninguém, supõem
acertadamente os peritos da mídia. Infelizmente.
No entanto, com certeza duzentas famílias sofrem.


A reação das famílias das vítimas ao relatório, 
através de seu representante.

Para essas famílias,
um relatório justo seria um paliativo para a perda
de pessoas que amavam, e a certeza de que sua morte, afinal,
não foi totalmente em vão. Mas não é assim.
Quem se lembra ou ouve sequer falar de indivíduos que tiveram
uma participação lamentável no episódio,
como Marco Aurélio Garcia com o gesto famoso e infame
diante de uma tragédia dessas proporções?
Ou do homem da Infraero, João Brás Pereira?
Provávelmente ninguém,
nem mesmo os que os contratam e acobertam.
E sou capaz de apostar que devem estar por aí, nos mesmos
cargos, serelepes como nunca. Dejá vu.
Números. Estatísticas. Pessoas viram números e estatísticas
apenas, dentro de uma planilha qualquer, e se concluí imbecilmente
que, pela média, nunca foi tão seguro voar.



Morre-se mais no trânsito, por fumar, ou outra coisa qualquer, e
estabelece-se que, afinal, 200 é um número pequeno demais.
E pronto. A mídia colabora, e o caso está prontinho para
ser arquivado, mais uma fatalidade apenas entre outras.
No entanto, para os que perderam alguém querido nessa tragédia,
200 é um número enorme.


Alguns dos passageiros do vôo 3054. Fatalidade?

E tem uma importância crucial, principalmente na apuração
real dos fatos. Se foi ou não uma fatalidade.
E se poderia ou não ter sido evitada.
Isso, ao que parece, esteve longe de acontecer, já que em todos
os relatórios, depois de dois longos anos, nem sequer mencionam
o estado da pista, causador de polêmica na época, ou as
condições especificas de vôo da aeronave, responsabilidade da TAM.
Mais algum tempo e a tragédia estará devidamente esquecida,
substituída no noticiário por outras que virão e passarão.
E seremos chamados de desmemoriados.
Com razão, é claro.


Manifestação em São Paulo pelas vítimas.
As fotos e imagens são do site G1.

Se houve ou não descaso, incompetência, isso também passará.
Impune.
Mas, cruelmente, a dor dessas famílias não passará.
E isso está muito longe de ser apenas uma estatística.

Sou artista plástico.
Eventualmente algumas pessoas, racionalmente demais,
me sugerem escrever apenas amenidades relacionadas
ao meu trabalho, acham que o que acontece no mundo...
bom...'lamento, mas não é comigo.'
Essa é mais uma das frases de minha coleção de
afirmações irritantes, talvez a pior.
Leio no livro de Stieg Larsson, A Rainha do Castelode Ar, 
o último da genial trilogia, que a democracia
sueca está baseada e sustentada por uma única lei,
yttrandefrihetsgrundlagen, cuja sigla é YGL, a lei
fundamental sobre liberdade de expressão. A YGL estabelece
o direito imprescritível de dizer, ter como opinião, pensar 
e acreditar em qualquer coisa à todo cidadão.
Não estamos na Suécia, dirão.
Infelizmente, respondo.


Marco Angeli, novembro de 2009 

domingo, 18 de outubro de 2009

FOME by Arnaldo Jabor


Que sabemos que as coisas andam esquisitas, sabemos.
E que brincamos todos os dias, fascinados e orgulhosos,
com toda essa tecnologia que inventamos, também.
Mas toda a maquiagem, no final, não consegue disfarçar
as lágrimas...teimosas.
O porque...talvez esteja nesse textinho do Jabor:

Estamos com fome de amor...
 (JORNAL O DIA! Arnaldo Jabor)
O que temos visto por ai ???
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada
vez mais micro e transparentes.
Com suas danças e poses em closes ginecológicos,
cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plásticas,
 como se fossem ao supermercado
e pedissem o corte como se quer... mas???
Chegam sozinhas e saem sozinhas...
Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais
 que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram
 sucesso profissional e, sozinhos...


photo by Elisa Lazo de Valdez
Tem mulher contratando homem para dançar com elas
 em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.
E não é só sexo não!
Se fosse, era resolvido fácil, alguém dúvida?
Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas,
 em qualquer lugar, mas apenas sexo!
Estamos é com carência de passear de mãos dadas,
 dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois
 mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama ...
sexo de academia . . .
Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que
vão "apenas" dormir abraçadinhos, sem se preocuparem
com as posições cabalísticas...
Sabe essas coisas simples, que perdemos
nessa marcha de uma evolução cega?


ilustration by John Pack
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção...
Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados
por não saber como voltar a "sentir", só isso,
algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites
de relacionamentos "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros,
veja o número de comunidades como:
"Quero um amor pra vida toda!",
"Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!"
Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários,
em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos,
plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de
que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se
plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza"...
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento,
e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas,
sem rugas, sorriso preso e cada vez mais sozinhos...
Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário...
Pra chegar a escrever essas bobagens? (mais que verdadeiras)
É preciso ter a coragem de encarar os fantasmas
de frente e aceitar essa verdade de cara limpa...
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é
julgado como feio, démodê, brega, famílias preconceituosas...
Alô gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções
fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...


Charlie Chaplin, City Lights 
Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado...
"Pague mico", saia gritando e falando o que sente,
 demonstre amor...
Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo
pra ser feliz é curto, e cada instante que vai
embora não volta mais...
Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua,
talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que
 nada tem a ver com o que imaginou mas que pode ser
a mulher da sua vida...
E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de
um sorriso a dois...
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza?
Um ditado tibetano diz:
"Se um problema é grande demais, não pense nele...
 E, se é pequeno demais, pra quê pensar nele?
"Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte
com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens ou
ser um profissional de sucesso, que adora rir de si
mesmo por ser estabanado...
O que realmente não dá é para continuarmos
achando que viver é out... ou in...


 Ilustration by Todd Davidson
Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo,
que temos que querer a nossa mulher 24 horas maquiada,
e que ela tenha que ter o corpo das frutas
tão em moda na TV,
e também na playboy e nos banheiros.
 Eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim
para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos.
Gostamos sim de olhar, e imaginar a gostosa,
mas é só isso, as mulheres inteligentes
 entendem e compreendem isso.
Queira do seu lado a mulher inteligente:
"Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra,
um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora,
mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de
que vou me arrepender pelo resto da vida"...


Photo by H. Armstrong Roberts
Por que ter medo de dizer isso, por que ter medo de dizer:
"amo você", "fica comigo"?
Então, não se importe com a opinião dos outros. Seja feliz!
Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo!

Arnaldo Jabor

Se você achou a idéia antiquada ou ultrapassada,
seu caso provávelmente é grave.
Nem as comunidades do Orkut resolverão.

Marco Angeli, outubro de 2009

sábado, 10 de outubro de 2009

BLADE RUNNER, LOVE THEME by Marco Angeli


Coloquei ontem no Facebook o vídeo Love Theme, do filme
Blade Runner, com o comentário de que essa música, para mim
especialmente, tem um significado forte,
 e marcou um momento inesquecível...
Isso despertou imediatamente os cromossomos XX de algumas
amigas e tive que prometer que contaria a histórinha.
Então, especialmente para a Silvana Spinelli, Monica Figueiredo,
Livia Borges Goldwyn (assumidamente romântica),
Roberta Toneto, Sissy Mazzucatto, Rosa Cardoso, Elisa Toneto,
e a Anna No More, aí vai esse momento:

Num sábado à noite, garoento, como alguns de São Paulo,
lá pelo ano de 90, 91, eu havia marcado com alguns amigos para
ir jantar no Ritz (a Silvana conhece bem...), um costume entre nós,
que acabava sempre ou passava sempre pelo Baguette do
João Pedro, lá no final da Consolação -quase Paulista.
Entre eles meu grande amigo, o artista plástico Herton Roitmann,
ex-diretor do Grupo de Teatro do Itaú.
Através do Herton, que era muito ligado à vida musical da cidade, eu
havia conhecido Vanderléa, Wilson Simonal, Agnaldo Raiol, Martinha,
Eduardo Araújo e a Silvinha...o pessoal da Jovem Guarda, lembram?
O ateliê e a casa do Herton nessa época eram na
Rua Pe. João Manuel, à pouca distãncia de minha casa.
Eu me preparava para sair
quando ele me ligou avisando que se eu pudesse, me apressasse.
Uma cantora, sua amiga, estava indo
para o próprio show, quando seu carro quebrou...
E que ele gostaria de levá-la, e já que eu estaria por alí,
se eu poderia fazer isso...
Mas eu precisaria estar lá na hora, pois senão o show atrasaria,
era solo... e ela era a estrela.



Eu confirmei tranquilamente, disse a ele que dava tempo tranquilo.
Mas, como meu nome é Marco Angeli, tenho uma noção de tempo
e distâncias sempre otimista demais, sagitariana demais.
Fui e acho que parei pra tomar café, ou qualquer coisa do tipo,
não lembro -sei que atrasei uns minutos, poucos, mas...
Quando cheguei no prédiozinho onde o Herton tinha seu ateliê,
ele e mais dois amigos entraram em polvorosa em meu carro,
e o Herton -normalmente controlado- bradou:
-Corre, cara, ela tá furiosa, já me ligou umas trinta vezes, disse
que vai perder o show por minha causa e do meu amigo tonto!!!!!
O amigo tonto, claro, era eu.
E lá fomos nós correndo para a casa dela,
 que por felicidade era alí pertinho.
Lembro dessa primeira vez em que vi NC*, bonita,
imponente e irada, em plena calçada, ansiosa e superior.
O Herton quase pulou do carro andando para chamá-la.Ela
sentou em silêncio ao meu lado e respondeu com o boa noite
mais seco e sem qualquer inflexão que eu já havia recebido em toda
a minha vida. Minha ficha caiu.
Fui dirigindo para o endereço do show, e se eu pudesse me enfiaria
debaixo do banco, se o carro não fosse meu e se não fosse
eu mesmo que estivesse dirigindo.
Não sabia se ia depressinha, maneiro, ou se detonava, em vista das
circunstâncias, o que poderia piorar considerávelmente as coisas,
já que ela provávelmente se descabelaria toda,
e aí seria a ruína total.
Enquanto eu fazia o possível e rezava pra chegar pouco atrasado
com a estrela do show, um silêncio sepulcral dentro do carro,
como diria a Silvana brilhantemente.
Ninguém falava, todo mundo respirava baixinho.
E ela alí, ao meu lado, impassível e furiosa.
Desesperado, liguei o som, pra diminuir aquele silêncio asfixiante.



No ar, baixinho, suavemente...o love theme do Blade Runner.
Comentei, já quase chegando:
-Nossa, adoro essa música...o filme...é lindo, não é?
Silêncio. Nenhuma resposta.
Nem de meus amigos, eles não se atreviam a abrir a boca.
Chegamos e ela desceu da mesma forma imponente e furiosa que
havia entrado. Apenas um obrigado murmurado e correu
pro camarim, reclamando que já não daria tempo de
se preparar.
Entramos, tudo lotado.
 Era uma casa de shows com um palco no centro,
centenas de pessoas à volta. Fomos para a primeira fila,
nos lugares reservados para nós. Fui indeciso, mortificado.
O show já estava atrasado alguns minutos, e eu pensava em
todas aquelas pessoas alí, esperando.
E se eles imaginavam que eu era o culpado pelo atraso.
As luzes se apagam. Um spot ilumina sómente o centro do palco.
Apenas um piano.
NC entra calmamente, com aquela majestade que quem já viu
conhece bem. Pede desculpas pelo atraso.
Nesse momento, alí na primeira fila,
penso em levantar e me mandar.
Sou perigoso nesses momentos porque costumo fazer
exatamente o que penso. Nesse dia, talvez por estar alí,
bem na frente dela, e pelo meu amigo...não fiz isso, felizmente.
Ela se senta ao piano suspira, e diz:
-Vou dedicar esta primeira música...à um amigo, muito gentil...
porque sei que ele gosta muito dela...
Virou pra mim, um breve olhar,
 e seus dedos encostaram nas teclas do piano.
Alí, no ar...os primeiros acordes do Love Theme, Blade Runner.
Meus amigos, ao meu lado, fizeram a conexão imediatamente,
e se viraram para mim, espantados.
E eu alí, embevecido, um sorriso idiota cravado na cara.
Ela emenda, não sei como...para o One More Kiss, Dear...



E aquele sorriso idiota se eternizou definitivamente em minha
cara, até o final de seu show, até a última música...

Naqueles dias, eu ainda estava longe de assumir, compreender ou
viver integralmente essa emoção que hoje me coloca diante de
uma tela branca e me faz pintá-la...com o que eu acredito.
Hoje, muito tempo depois, sou capaz de compreender melhor que
a emoção, a comunicação, num artista...está sempre e sempre
naquilo que ele sabe fazer: sua própria arte.

Blade Runner é um cult movie, especial não só pela fotografia
genial, pelo tema, ou pela música maravilhosa do Vangelis.
É um desses filmes que fazem a história do cinema e infuencia
toda uma geração de cineastas.
Nessa época andei por aí quase um ano com o cabelo descolorido,
quase branco, uma façanha naqueles dias...inspirado no
personagem do Rutger Hauer.


Bom, espero que as meninas dos cromossomos XX tenham
gostado da histórinha.Foi realmente um momento inesquecível.

*Não coloquei o nome dela por razões óbvias, ela
provávelmente ficaria mais brava ainda, mesmo hoje...eheh.


Marco Angeli, outubro de 2009