quarta-feira, 1 de outubro de 2008

BILLIE HOLIDAY for LASERLAND by Angeli


Em setembro terminei uma série de dez pinturas
para a loja Laserland do Shopping Higienópolis, em São Paulo.
A Laserland é conhecida por ter em seu acervo gravações
originais principalmente de jazz e blues, e uma coleção de filmes
invejável, difíceis de se achar em outro lugar.
Billie Holiday faz parte dos artistas que hoje
estão nas paredes da loja,
retratados por mim, e é um trabalho que me traz
grande satisfação, à nível pessoal.


Billie Holiday, detalhe

Billie Holiday, nascida Eleanor Fagan Gough na Filadélfia
em 7 de abril de 1915, tem uma das histórias de
superação mais impressionantes que já vi.
Billie, ou Lady Day para a imensa legião de fãs,
é quase unânimemente considerada a maior de todas
as cantoras do jazz.
Quando nasceu seu pai tinha apenas 15 anos e sua mãe,
Sara Fagan, apenas 13. Seu pai era guitarrista e banjista,
e trocou a família por uma banda de jazz quando
Eleanor era ainda bebê. Sua mãe, abandonada e inexperiente,
a deixava com familiares e amigos.
Negra e pobre, aos 10 anos foi violentada por um
vizinho e castigada por isso, sendo internada em
uma casa de correção.
Aos 12 anos trabalhava lavando assoalhos em um bordel
e aos 14 -em New York com a mãe- acaba
se prostituindo.
Em 1930 a mãe e filha, desesperadas, recebem ordem
de despejo por falta de pagamento do lugar onde moravam.
Billie, transtornada, sai à rua para conseguir algum
dinheiro. Entrou em um bar do Harlem e se ofereceu
para dançar.
Foi um desastre terrível.
O pianista, penalizado com a situação da menina, perguntou
se ela sabia cantar. Billie cantou.
Billie nunca havia tido qualquer educação musical e seu
único aprendizado era escutar Bessie Smith e
Louis Armstrong.
Billier cantou, e saiu do bar com um emprego fixo.

Billie Holiday, 2008, 183 x 110 cm,
em carvão e acrílico
sobre canvas

Começou a cantar em diversas casas e três anos depois
atraiu a atenção do crítico John Hammond, que a levou
para a big band de Benny Goodman, onde gravou seu
primeiro disco.
Mudou seu nome para Billie Holiday e começou a cantar
nas casas noturnas do Harlem.
Cantou com as big bands de Artie Shaw e Count Basie. Foi
uma das primeiras negras a cantar com uma banda de brancos
numa época de segregação racial intensa nos EUA, 1930.
Consagrou-se finalmente apresentando-se com as orquestras
de Duke Ellington e Teddy Wilson, ao lado de
Louis Armstrong. Billie Holiday foi uma das mais
comoventes cantoras de jazz de sua época e a incrível
profundidade e sensualidade - que trazia para todas as
suas interpretações- a aproximaram de Lester Young, com
quem em 4 anos gravou cerca de 50 canções cheias de swing
e cumplicidade. Foi o mesmo Lester Young quem a apelidou
de Lady Day, que ficou para sempre.
Depois de 1940 Billie, apesar do sucesso, cai numa fase
de depressão que se reflete em sua voz, e a levam
ao álcool e às drogas.
Pouco antes de sua morte publicou sua biografia,
em 1956, Lady Sings The Blues.
A partir do livro foi feito o filme-em 1972-que teve Diana Ross
no papel principal.
Billie Holiday morreu em New York, em julho de 1959.

Billie na Laserland, 2008

Dessa série de pinturas que hoje estão na Laserland
fazem parte:

BILLIE HOLIDAY
DUKE ELLINGTON
ELIS REGINA
FELLINI
FRANK SINATRA
FRED ASTAIRE E RITA HAYWORTH
MARYLIN MONROE
MARLON BRANDO
TOM JOBIM
MILES DAVIS

Marco Angeli, setembro de 2008

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