BELEZA DO MUNICIPAL
SALTA EM MEIO A PAREDE DE PRÉDIOS
Quando era criança, Marco Angeli morava na Casa Verde
elevava uma vida típica de cidade do interior, em
meio a hortas, galinheiros e ruas de terra.
Ahahah...um aparte...não sei de onde o Kike tirou essa de
"galinheiros e hortas", mas enfim...
Nos fins de semana, quando seu pai o levava para o
Centro, onde iam assistir as aventuras de Tom & Jerry no
cine Metro, Marco sempre se impressionava com a grandiosidade
da paisagem, destacada por imponentes construções
como o Theatro Municipal e o Colégio Caetano de Campos,
atual sede da Secretaria de Estado da Educação.
Décadas depois, em 2003, quando foi registrar com seu traço
peculiar algumas da belíssimas esculturas que
adornam o interior e a fachada do teatro, percebeu
que tudo havia mudado bastante.
A dupla do Municipal, agosto de 2006
Aqueles edifícios que outrora lhe pareciam obras
gigantescas hoje submergem no verdadeiro mar de
prédios comerciais que brotaram na região.
Mas, em meio à dura paisagem composta por
monótonas paredes de concreto, esquadrias de metal e
vidro, a elaborada fachada do Municipal acaba se
destacando justamente pelo contraste, com seus elegantes
traços inspirados na Opera de Paris e o toque
renascentista de seus detalhes.
“Esse choque entre o reto e o quadrado do novo com
as graciosas e delicadas curvas das esculturas formam
uma imagem muito rica e interessante”,
analisa Marco Angeli.
O original do desenho, de 2003
O Municipal é uma marco cultural da cidade. Além de
ter sediado a Semana de Arte Moderna, em 1922,
foi o palco onde os paulistanos puderam conferir o talento
de artistas como Maria Callas, Enrico Caruso,
Arturo Toscaninni, Isadora Duncan, Rudolf Nureyev,
Nijinsky, Arthur Rubistein, Duke Ellington,
Ella Fitzgerald e as melhores orquestras do mundo,
regidas por brilhantes maestros.
Transcrito da revista RSVP, agosto de 2006
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