quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A GRANDE VAIA by Marco Angeli




Não existem comentários possíveis, à luz de qualquer posicionamento
moral, ético, e talvez filosófico, sobre a absolvição de
Renan Calheiros no dia 12 de setembro.
46 homens- vendidos- votaram na escuridão à que sempre
estiveram acostumados, com a desenvoltura dos que
nada temem por acreditarem em sua própria impunidade,
doada e efetivada pelo mesmo sistema
que convenientemente apagou as luzes nesse dia.
Para que agissem.
Para que, numa decisão histórica, destroçassem definitivamente
qualquer chance- remota que fosse- que o
Partido dos Trabalhadores e seu governo tinham
de se recompor perante o Brasil e o mundo.
E transformaram o Senado em alvo de piadas e indignação.
É, finalmente, um marco histórico sem qualquer possibilidade
de volta, a absolvição de um senador
que fraudou, mentiu, enganou e enriqueceu
ilícitamente e comprovadamente.
O texto de Diogo Mainardi, na Veja de 19 de setembro,
que exprime o mesmo sentimento que tive e coloquei,
tempos atrás, no post do acidente da TAM:
'A gente acaba achando que nem adianta continuar a
espernear. Adianta, sim.
Adianta para desfazer um monte de crendices que ainda
temos sobre o país.
Adianta para consolidar a imagem de uma época.
Renan Calheiros passa. Lula passa.
A gente fica.'

Ingênuamente, acreditei ser possível ensinar a meu
filho de 11 anos o que meu pai me ensinou sobre caráter,
honestidade, conduta...ensinamentos que foram
importantes...e me transformaram neste ingênuo aqui.
Hoje, isso não é mais possível.
Corro o risco de criar um alienado. Triste.

Marco Angeli, setembro de 2007


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