quarta-feira, 26 de setembro de 2007

ARTE PRA QUE by Marco Angeli

Transcrevo aqui, de forma literal, texto do jornalista
Carlos Graieb para a revista Veja.
A Mente e o Espírito, a matéria da qual o texto faz parte,
trata especialmente dos avanços da ciência quando consegue
mais e mais desvendar o processo intrincado do cérebro humano
ao processar emoções, prazer estético, etc.
A arte, antes disso, sempre foi considerada um produto do
espírito humano, menos lógico, mais intuitivo.
No entanto...vejam o texto:

"Quem pensa nas artes como um produto do cérebro logo
chega a outras questões.
Porque o orgão mais complexo do corpo nos capacita a
criar pinturas e poemas?
Qual a função dessas atividades?
Será que dispender energia inventando batidas de tambor
e desenhos para a caverna ajudou nossos ancestrais
a sobreviver?
Essas perguntas remetem ao naturalista inglês Charles Darwin e
sua teoria da evolução.Darwin refletiu sobre
uma arte em especial-a música- e concluiu
que ela teve papel evolutivo.
Como a cauda nos pavões,
ela nos ajudava a atrair o sexo oposto.
Era uma ferramenta a mais do processo a que Darwin chamou
de 'seleção sexual'.
Essa é uma de suas teses mais controvertidas.
Para os cientistas que discordam, a arte é apenas um
subproduto do aparato sensorial. O fato de alguns
estímulos nos darem prazer fez com que
inventássemos formas de ter acesso a eles
repetidamente. Para o psicólogo canadense Steven Pinker,
arte é um 'doce mental'-dispensável mas saborosa.
Ainda assim, Darwin pode estar certo?
O fato de astros do rock, mesmo com as rugas de
Mick Jagger, terem muito mais parceiras do que
um homem comum seria uma confirmação da tese do papel
da música na seleção sexual. Seria mesmo?

Mick, muito rock, muitas rugas, muitas parceiras...bacana

Em parte sim, mas Jagger as atrai pela música,
pela fama, pela riqueza ou pelo poder hipnótico
sobre as massas?
O debate continua. Só se sabe com certeza que, entre
todos os grupos de hominídeos que disputavam recursos
escassos na Idade do Gelo, o mais bem sucedido
foi o que encontrou tempo para decorar
com pinturas as paredes das cavernas"

Fico pensando, ao ler este texto, que a arte nem sempre
retrata a beleza para provocar prazer.
Que prazer poderia, por exemplo, provocar a tela
polêmica de Picasso, Guernica?
Segundo o próprio Picasso sua intenção ao criar
a obra foi a de mostrar o horror e a feíura da guerra, que na
época incomodava o artista. Onde está a beleza?
A conclusão é óbvia. No gênio do artista.

Marco Angeli, setembro de 2007



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