quinta-feira, 7 de junho de 2007

O EROTISMO DE FRÉDÉRIC BOILET by Angeli


Frédéric Boilet é um dos raros casos de autores
Ocidentais bem sucedidos no mercado de quadrinhos
do Japão e foi o ganhador da primeira bolsa anual de
mangá da Editora Kodansha.
É o precursor e principal nome da Nouvelle Manga,
movimento similar à Nouvelle Vague do cinema francês
dos anos 60. Este movimento estabelece relações entre
a tradição européia e a japonesa explorando temas do
cotidiano, até então quase ausente dos quadrinhos
europeus...E quem gosta de quadrinhos deve ver...



Eu poderia ficar falando e falando sobre quadrinhos,
e provávelmente jamais me cansaria...
Eles são minha paixão desde pequeno, de
Robert Crumb a Frank Miller, passando por Hugo Pratt,
Stan Lee e Nico Rosso, que publicava aqui no Brasil...
É uma paixão como a marcenaria e o piano, que nunca cheguei
a exercer profissionalmente...mas colecionei,
cuidadosamente, como jóias raríssimas...
Em minha coleção tenho algumas preciosidades como
A Balada do Mar Salgado - o Corto Maltese de Hugo Pratt,
que ganhei de presente do Duran, ou o número 0 da Zap do
Crumb, edição underground original americana…
Coleciono sempre, é uma fraqueza, quase...
Mas difícil, hoje, encontrar alguma coisa realmente nova
no meio desse besteirol digital-americano de enredos
incompreensíveis e desenhadas por 30 caras, onde um
faz o traço, outro escreve, outro coloca tinta nankim,
outro faz a sombra, outro o balloon e assim por diante,
tirando o maior mérito das HQ, que é a obra e o
estilo do autor...





Então - um achado - o trabalho de Frédéric Boilet,
que desenha e mora no Japão...
Não existe interferência alguma em seus quadrinhos,
é realmente um trabalho de autor, uma narrativa rica
e sensível de sua própria vida, ou de suas mulheres.
Lindo pela simplicidade, pela pureza do traço, da
sensibilidade do autor diante dos encontros e
desencontros, do próprio amor...


Outra HQ de Frédéric, belíssimo

Marco Angeli, junho de 2007

Um comentário:

  1. Os quadrinhos são um universo particular que muitos gostam, mas poucos os apreciam como deveria. Seus traços, cores, detalhes, textos,enfim, a obra de arte que ele é. Não apenas Frédéric e todos os outros q vc citou, e aí podemos incluir também os anônimos que provavelmente nunca terão seu trabalho publicado ou reconhecido. Adorei!!! Adorei o texto da postagem, magnífico!!
    Rejane

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