terça-feira, 30 de setembro de 2008

ELIS REGINA for LASERLAND by Angeli


Em setembro terminei uma série de dez pinturas
para a loja Laserland do Shopping Higienópolis, em São Paulo.
A Laserland é conhecida por ter em seu acervo gravações
originais principalmente de jazz e blues, e uma coleção de filmes
invejável, difíceis de se achar em outro lugar.
Elis Regina faz parte dos artistas que hoje
estão nas paredes da loja,
retratados por mim, e é um trabalho que me traz
grande satisfação, à nível pessoal.

Elis, ao lado de Brando na Laserland

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre em
em 17 de março de 1945.
Teve uma vasta e brilhante carreira como cantora
na música popular brasileira.
Elis tinha 1,53 m de altura e era carinhosamente
chamada de "Pimentinha". É considerada por
muitos como a maior cantora brasileira que já existiu.

Elis Regina, 2008, carvão e acrílico sobre tela, 183 x 110 cm

Elis começou a carreira como cantora aos onze anos de
idade em um programa de rádio para crianças,
O Clube do Guri, na Rádio Farroupilha, apresentado por
Ari Rego. Com 16 anos lançou seu primeiro LP de
uma longa série.
Sobre o início de sua carreira o produtor Walter Silva
disse à Folha de São Paulo:
"Um vendedor da gravadora Continental,
Wilson Rodrigues Poso,
a ouviu cantando, ainda menina,
aos quinze anos.

Ele sugeriu à Continental que a contratasse e em 1962
saiu
o disco dela.
Levei Elis ao meu programa, fui o primeiro a
tocar
seu disco no rádio. Naquele dia eu disse:
Menina, você
vai ser a maior cantora do Brasil. Está gravado."
E assim foi.
De 1960, quando foi contratada pela Rádio Gaúcha,
até 1967, quando apresentava o programa O Fino da Bossa,
ao lado de jair Rodrigues, foi um sucesso meteórico.
Esse sucesso originou o disco Dois na Bossa,
primeiro disco brasileiro a vender
um milhão de cópias.
No samba Elis consagrou Tiro ao Álvaro e Iracema,
do grande Adoniran Barbosa.
No antológico Festival da Record, que surgiu na década de 60,
conheceu Chico Buarque, mas desistiu de gravá-lo devido
à timidez do compositor.
Sua interpretação genial da música de Edu Lobo e
Vinicius de Moraes, Arrastão, escreveu um novo capítulo
na história da música brasileira, e inaugurou a MPB.
Era uma Elis ousada, de pouco mais de vinte anos de idade,
e uma interpretação inesquecível.

Elis Regina, detalhe

O reconhecimento veio através do Prêmio Berimbau de Ouro.
E mais tarde, o Prêmio Roquette Pinto, que a
elegeu a Melhor Cantora do Ano.
Fã incondicional de Carmem Miranda, Elis impulsionava uma
carreira não menos gloriosa. Em 1966 lançou o selo Artistas, que
gravou o primeiro disco independente produzido no Brasil:
Viva o Festival da Música Popular Brasileira.
Em 1968, na Europa, se lança no eixo da música
internacional com grande sucesso, principalmente no
Olympia de Paris.
Lá, foi a primeira artista a se apresentar duas vezes no mesmo
ano, naquela que é a mais antiga casa de espetáculos de Paris.
Elis lançou boa parte de compositores até então desconhecidos,
como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Tim Maia,
João Bosco e Aldir Blanc, entre outros.
Milton Nascimento, inclusive, a elegeu musa inspiradora, e a ela
dedicou inúmeras composições.
Elis criticou muito a ditadura brasileira nos chamados
Anos de Chumbo, quando muitos músicos eram perseguidos
e exilados. Corajosamente engajada políticamente, sua
crítica à ditadura era pública, nas canções que
interpretava ou em suas declarações. Sua popularidade,
entretanto, a salvou da prisão ou do exílio.
A interpretação consagrada de O Bêbado e o Equilibrista,
de João Bosco e Aldir Blanc, vibrava no país como o
hino da Anistia, e coroou a volta de personalidades
brasileiras no exílio, á partir de 1979.
Um deles, importante sociólogo, era o irmão do Henfil,
o Betinho.
Em 19 de janeiro de 1982 Elis morreu em
São Paulo aos 36 anos de idade, em decorrência de uma
overdose de cocaína, tranquilizantes e álcool.
Uma morte prematura e estúpida, que gerou uma grande
comoção e privou o país de sua maior intérprete musical.

Dessa série de pinturas que hoje estão na Laserland
fazem parte:

BILLIE HOLIDAY
DUKE ELLINGTON
ELIS REGINA
FELLINI
FRANK SINATRA
FRED ASTAIRE E RITA HAYWORTH
MARYLIN MONROE
MARLON BRANDO
TOM JOBIM
MILES DAVIS

Marco Angeli, setembro de 2008

2 comentários:

  1. Parabéns pela classe e bom gosto das obras..lindas realmente
    Sucesso!

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  2. Adoro Elis..ela é eterna, eternizada por vc então ficou ainda melhor a história..!!
    Sempre que estou precisando me recarregar de arte ...de beleza...leveza...esses sentimentos mágicos que um artista emana..(Só os puramente autênticos), dou uma passadinha por aqui Marco..
    Obrigada...estava triste e vazia...Já me regarreguei...!!!

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