Andando por aí, vejo sempre revistas e mais revistas
nas bancas anunciando fórmulas infalíveis para se
fazer sucesso nas redes sociais.
Uma delas, outro dia, tinha na capa uma chamada que prometia
regrinhas para se vender no Facebook.
Não li a matéria, mas isso só vem comprovar que as redes sociais
-para muitos uma brincadeira de adolescentes- se transformou nos
últimos anos, e vem se transformando rápidamente, num
fator decisivo e influente nas relações humanas pessoais,
comerciais e profissionais.
Pelas suas características e pelas possibilidades fascinantes
Pelas suas características e pelas possibilidades fascinantes
de comunicação horizontal entre os seres humanos,
não poderia ser diferente. Até que demorou.
Na Voz das Redes, grupo do Facebook, vi algumas
considerações sobre o assunto muito interessantes e focadas
diretamente nesse assunto, escritas por Giovani Miguez:
“(...)Num artigo do correspondente do El País no Brasil, ele pergunta
por que não há 'indignados' por aqui, fazendo referência
ao que ocorre em outros países...
(...)seria perguntar se a hipotética passividade existe mesmo no Brasil.
(...)A resposta é não. E há exemplos de sobra.
O caso dos Bombeiros do Rio é um deles.
Um típico movimento que começa e cresce pelas
redes sociais, vai as ruas e se amplia.
"(...)Não há que se imaginar que os indignados só têm
expressão quando reúnem milhares de pessoas.
Isso não é assim.
Quando as redes sociais ativam um tema, o propagam e
ele finalmente chega à imprensa, ganha expressão através
dela e impacta a opinião pública (...)
As redes sociais multiplicam os 'tipping points',
ou pontos de deflagração de processos.
(...)Um acompanhamento cuidadoso das mobilizações
ocorridas nos países árabes e na Europa, que vem sendo
acunhadas de 'os indignados', mostra a completa ausência indutora
de sindicatos, associações locais ou profissionais
ou partidos políticos. Essas mobilizações têm como vetores indutores
as redes sociais, as mídias sociais."
(...)Com a entrada da imprensa, especialmente da TV,
nas mobilizações via redes sociais no dia 7 de setembro
e a convocação de novas mobilizações, se entra no Brasil no
que pesquisadores nos EUA chamam de
'marketing de grande semeadura' com a sinergia TV-Internet.
(...)Ou os partidos, sindicatos e associações se ajustam aos tempos
sem pretensões hegemônicas -pois as redes sociais são horizontais- ou se
tornarão irrelevantes políticamente.”
É no que acredito, e isso já era bem visível há tempos.
Entretanto, acima de qualquer fórmula para se dar bem nas
redes sociais, independente das expectativas de cada um, acredito
que exista uma condição fundamental para isso, acima de
qualquer regra: a de sermos verdadeiros.
Isso pode parecer contraditório num mundo virtual onde se pode
Isso pode parecer contraditório num mundo virtual onde se pode
inventar qualquer coisa, ser qualquer coisa, ad infinitum.
Mas não é, a médio prazo.
Fakes ou empresas incompetentes não conseguem se manter por
Mas não é, a médio prazo.
Fakes ou empresas incompetentes não conseguem se manter por
muito tempo nas redes sociais, e justamente porque as redes são
horizontais, muito mais exigentes e abrangentes.
A mentira é descoberta muito mais rápidamente e mais
eficazmente num grupo aberto devido á exposição. E combatida
igualmente. Pessoalmente ou profissionalmente, não
existe diferença alguma. Empenha-se em promover
um indivíduo ou uma empresa, um homem cujo sonho sempre
foi o de ser poeta –e agora, aposentado, escreve finalmente- ou
uma fábrica de parafusos, dá no mesmo.
O sucesso de cada um está, críticamente, na verdade com
que se comunicam com seu público.
Na autenticidade de suas palavras e consequentemente do que
mostram, poesias ou parafusos.
Não se trata sómente de aparecer, mas de permanecer.
É a moeda de maior valor nessa comunicação frenética,
e a única que nos distingue dos outros. Nos torna únicos.
Poderíamos chamar a isso de crédito virtual, talvez.
Como nos tempos de nossos avós, onde a honra e a
dignidade –e consequentemente o sucesso- do indivíduo estava
em seu crédito, no fio de barba dado e garantido,
hoje esse mesmo crédito existe da mesma forma.
Está nos teclados de cada um de nós.
Marco Angeli, setembro de 2011
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