quarta-feira, 16 de abril de 2008

MOSTRA THE PENTHOUSES by Marco Angeli

Neste mês de abril participo juntamente com a artista
floral Dora Santoro e a Oficina de Agosto,
da Mostra de Arte e Decoração, evento que marca
o lançamento de três das torres do The Penthouses,
empreendimento imobiliário da Fernandes Mera.
A coordenação publicitária e a promoção foram realizados
pela agência de publicidade Archote que nos apoiou
através da figura sempre simpática de seu diretor,
Pedro Cesarino, que deu o start neste projeto.

O convite da mostra, promoção da Archote


Os trabalhos em meu studio, alguns dias antes da abertura


O retrato de Dora Santoro, que serviu como idéia
inicial para a mostra

O tema da Mostra são as mulheres; uma pequena homenagem
durante o mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.
Todas as minhas pinturas, assim, tem a mulher que se
insere, participante - anônima ou não - da paisagem
urbana da cidade de São Paulo em
várias épocas. O tema mulher, óbviamente, é por si
só fascinante e rico, e não poderia ser explorado inteiramente
nesta pequena exposição.
Escrevi um pequeno texto para a apresentação dos
trabalhos, à pedido da Dora:



A mulher e a paisagem urbana

A mulher, enquanto inserida na paisagem cinzenta e
gigantesca das cidades,

é a presença nem sempre oculta da beleza, da força,
da sensibilidade
e da cor.
A força da presença feminina está aqui e alí,

espalhada discretamente ou não por entre
os edifícios,
mostrando aos homens que o essencial
nem sempre é o concreto e o aço.

O concreto e o aço não se bastam, falta a poesia...
a poesia
das mulheres, ricas ou pobres,
brancas ou negras, que ao lado dos

homens constroem as metrópolis,
como sempre fizeram...

Talvez o maior ícone da feminilidade sejam as flores,

frágeis e ao mesmo tempo fortes, persistentes, silenciosas...

E belas.

Esta pequena mostra é ao mesmo tempo
uma homenagem à todas as

mulheres e um reconhecimento à sua presença,

fundamental e indiscutível.

Como as próprias flores, essa presença transforma
a paisagem urbana,

a humaniza, é seu coração, e traz consigo a própria vida.

Marco Angeli, abril de 2008

Este texto é um reconhecimento meu, pessoal, à todas
as mulheres, e à uma especialmente, que esteve comigo
durante toda a preparação deste trabalho, com carinho, amor e
principalmente paciência...Sem o apoio da Dani Camargo,
minha namorada, que me aguentou irritado (aquela irritação
típica de italiano, quem conhece sabe como é terrível), chato
e na correria este trabalho não sairia desta forma.
Mas valeu...eu não poderia ter me inspirado numa
mulher mais maravilhosa... grazie, Dani, querida...



O Tango, 120 x 140 cm, carvão e acrílico sobre canvas


As obras da Oficina de Agosto, lindíssimas



A Oficina de Agosto é do artista plástico Antonio Carlos Bech,
o Toti, e sua irmã Sonia Vitaliano.
O trabalho que eles fazem, além de belíssimo, tem um
significado social muito forte e digno de nota.
O show room da Oficina é em São Paulo, na
Vila Madalena, mas o material é produzido em Minas Gerais,
principalmente no Vilarejo do Bichinho. Todas as obras são
produzidas com material reciclado, e existe nisso um comprometimento
forte de preservação da natureza, do meio ambiente.
O material usado é madeira de demolição, portas e
janelas antigas, recortes de lata, ferro, papel machet...
A Oficina, além disso, mudou o perfil da pequena cidade onde
se instalou, em 1991, o Bichinho, contratando pessoas da região
e transformando a arte num gerador de empregos e
conhecimento para a população local.
Não há o que se comentar sobre o resultado,
as obras são maravilhosas.


A idéia e o mérito dessas pequenas telinhas redondas é da Dora,
que insistiu para que eu as pintasse, e formam um conjunto
muito bacana com os arranjos dela. Todas elas
retratam a cidade de São Paulo, medem 20 x 20 cm e
usei minha técnica habitual - carvão.






As peças da Oficina: material de demolição


Um trabalho realizado em conjunto e criado para ser um conjunto:
os belos arranjos florais de Dora Santoro e a pintura
que os retrata, em harmonia.

Floral, 130 x 100 cm, carvão e acrílico sobre canvas


As pequenas telas redondas: São Paulo

Avenida Paulista em 1926: vestidos curtos
Esta obra e as seguintes medem 110 x 110 cm e sua
técnica é carvão e acrílico s/canvas



As mulheres e o passeio pela Rua XV de Novembro, no
início do século passado, em São Paulo

A cor, notem, era quase sempre o branco

1945, as mulheres coloridas...o vestido de bolinhas,
discutido exaustivamente com a Dani...


O Rio Tamanduateí no início do século passado: lavadeiras

Finalmente, nada disso seria possível sem a participação do Luizão
e todos os outros que, anônimos, nos ajudaram nesse evento...

Tenho muito à agradecer ao Pedro e à Dora, pelo
apoio, e pela oportunidade que me deram de
participar de um projeto tão bacana.
E, claro, ao meu amigo Junior, da revista Viva, pela
força e a presença de sempre.
Estaremos lá, no Tamboré, até dia 27 de abril.

Marco Angeli, abril de 2008

segunda-feira, 7 de abril de 2008

WILSON CARBONE by Marco Angeli

Em 2004 desenhei para o Wilson Carbone sua Ferrari rossa.
O esboço acabou virando pintura e uma gravura - manual -que
está em seu escritório, uma factoring no Itaim, em São Paulo.
Mais tarde pintei alguns retratos de São Paulo para esse
mesmo escritório.

A gravura da Ferrari, Milão ao fundo

Tentei usar a cidade de Maranello, na Itália, onde a Ferrari
é produzida, mas foi impossível, a cidadezinha não tem
absolutamente nada de interessante além da própria
fábrica, que também não é lá grande coisa.
Substituí o fundo por Milão e o resultado ficou bacana.
No mês passado, criamos uma grande imagem para ser
colocada no hall do edifício onde está seu escritório,
e o tema foi a própria cidade, de que gostamos tanto.
A idéia inicial era a de se colocar algumas telas no grande espaço
do hall, mas logo evoluiu para uma única imagem em
quatro módulos como a que criei há algum tempo
para Carol Carloni, Madrid.

A idéia inicial: algumas pinturas

O esboço final em quatro módulos: avenida São João em 1950

A pintura, no formato final de 400 x 187 cm, colocada no hall

Engraçado: no primeiro esboço que enviei para o Wilson
o céu era de um tom alaranjado, que adoro pintar...
Ele aprovou o esboço, com uma ressalva radical:
'-Não gosto desse céu, parece que tá pegando fogo. Quero
o céu azul, céu pra mim tem que ser azul.'
Entendi, pensei, observei o esboço.
E pintei o céu de azul. Ficou bacana.

Marco Angeli, abril de 2008