quinta-feira, 21 de outubro de 2010

DESEMBARQUE DE IMIGRANTES, SANTOS by Marco Angeli


Acabo de pintar, sob encomenda da lojas Mania
de Churrasco de Santos, a tela que se refere
ao desembarque de imigrantes no porto de Santos,
no início do século XX.

Desembarque de imigrantes no porto de Santos, 1905,
180 x 100 cm, carvão e acrílico sobre canvas 

À partir de 1886, houve um crescimento na imigração
para o Brasil, especialmente de europeus que buscavam o sul
do país, principalmente, em busca de uma nova vida.
Durante muitos anos imigrantes de mais de 70 nacionalidades, 
a maior parte europeus e asiáticos, desembarcavam no 
Porto de Santos, muitos deles após enfrentar até 60 dias no mar.
Vinham alojados em porões, na terceira classe dos navios, única condição
em que o governo de São Paulo concedia as passagens gratuitamente.
A viagem era realmente penosa, claro, mas era também a única maneira
de chegar ao Brasil para esses imigrantes que não podiam custear
a própria passagem.

Desembarque, detalhe.

De lá os imigrantes eram colocados num trem que os levava
á Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo, que é atualmente o
Memorial do Imigrante.
Eventualmente, se o horário do trem não coincidisse com o desembarque,
passavam um dia na hospedaria do próprio porto.
A hospedaria em São Paulo tinha capacidade para até 3 mil pessoas,
 que permaneciam por lá até oito dias, recebendo medicamentos,
medicação e vacinas. Muitos tinham alí mesmo sua documentação
regularizada e nesse período eram feitos contatos de empregos com
os fazendeiros da lavoura de café.
Assim, seguiam quase sempre dali direto, de trem, para as 
lavouras de café no interior do estado de São Paulo.
Poucos permaneciam nas cidades.
Outros, ainda, iam para os núcleos coloniais e para as colônias. 
Os núcleos coloniais eram compostos por pequenos lotes, 
vendidos pelo governo, com o objetivo de instalar imigrantes
de diversas nacionalidades e até mesmo brasileiros. 
Já as colônias eram iniciativas dos próprios imigrantes que, 
na maioria das vezes, abrigavam povos
de um mesmo país.

Bianca Marques Porto Uliano, descendente de italianos
e portugueses, e a pintura Desembarque...

Durante seus oitenta anos de existência, até sua desativação,
passaram pela Hospedaria do Imigrante cerca de 3 milhões  de pessoas,
em busca de um novo país, uma nova vida.

Marco Angeli, outubro de 2010

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