Por aqui, acabo de pintar uma série de 5 telas cujo tema
é a cidade de São Paulo - old times- encomendadas pela rede
de restaurantes Mania de Churrasco para colocação em sua loja
do Shopping Tamboré em Alphaville, São Paulo.
Sobre São Paulo, coloco abaixo o texto que integrou, em 2006,
a matéria com um de meus desenhos da cidade,
e publicado na revista RSVP/CARAS:
HOMENS DE PEDRA
SUSTENTAM EDIFÍCIOS NO CENTRO
No século XIX, a Rua da Quitanda ganhou esse nome
porque era a preferida das 'quitandeiras', mulheres que
vendiam alimentos cozidos ou in natura no Centro Velho.
O trecho entre as ruas Álvares Penteado e 15 de Novembro
também era conhecido como Beco da Cachaça, numa
referência ao produto que ali era fartamente
comercializado e consumido.
SUSTENTAM EDIFÍCIOS NO CENTRO
No século XIX, a Rua da Quitanda ganhou esse nome
porque era a preferida das 'quitandeiras', mulheres que
vendiam alimentos cozidos ou in natura no Centro Velho.
O trecho entre as ruas Álvares Penteado e 15 de Novembro
também era conhecido como Beco da Cachaça, numa
referência ao produto que ali era fartamente
comercializado e consumido.
Studio, julho de 2010, as telas de São Paulo
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Rua XV de Novembro, c. 1930
132 x 110 cm, carvão e acrílico sobre canvas.
Rua XV de Novembro, detalhe
Ao longo do século XX, o local passou a ser ocupado por
construções mais altas e elegantes, que sediam até hoje
corretoras que operam na Bolsa de Valores.
Foram-se as quitandeiras, vieram os agitados brokers.
Foi isso tudo que moveu o artista plástico Marco Angeli,
construções mais altas e elegantes, que sediam até hoje
corretoras que operam na Bolsa de Valores.
Foram-se as quitandeiras, vieram os agitados brokers.
Foi isso tudo que moveu o artista plástico Marco Angeli,
autor do desenho ao lado.
Ele conta que sua inspiração veio de impressões da infância:
"meu pai tinha conta num banco alí do Centro,
e às vezes, para minha alegria, me levava junto com ele à agência.
Eu o acompanhava, pequenininho ainda, assombrado com
aquela cidade cheia de pessoas que andavam depressa.
As ruas do Centro Velho, como a rua da Quitanda, são
estreitas. Por isso, estavam sempre imersas na sombra dos
edifícios, o que lhes conferia uma característica única,
mágica aos meus olhos de criança.
Eu me impressionava com aqueles homens de pedra
que suportavam heróicamente as colunas dos edifícios, e
imaginava como é que eles teriam sido esculpidos e
o que eles simbolizavam.
A luz, com o passar do dia, ia transformando aqueles
homens de pedra, dando nuances e expressões
inesperadas à cada um deles.
"meu pai tinha conta num banco alí do Centro,
e às vezes, para minha alegria, me levava junto com ele à agência.
Eu o acompanhava, pequenininho ainda, assombrado com
aquela cidade cheia de pessoas que andavam depressa.
As ruas do Centro Velho, como a rua da Quitanda, são
estreitas. Por isso, estavam sempre imersas na sombra dos
edifícios, o que lhes conferia uma característica única,
mágica aos meus olhos de criança.
Eu me impressionava com aqueles homens de pedra
que suportavam heróicamente as colunas dos edifícios, e
imaginava como é que eles teriam sido esculpidos e
o que eles simbolizavam.
A luz, com o passar do dia, ia transformando aqueles
homens de pedra, dando nuances e expressões
inesperadas à cada um deles.
Eles me observavam passar, imperturbáveis, compenetrados
em seu eterno trabalho de segurar as colunas.
Mal poderiam imaginar que um dia eu os desenharia,
ainda assombrado..."
Transcrito da revista RSVP, novembro de 2006
em seu eterno trabalho de segurar as colunas.
Mal poderiam imaginar que um dia eu os desenharia,
ainda assombrado..."
Transcrito da revista RSVP, novembro de 2006
São Paulo, c. 1950. Em primeiro plano, o edifício Matarazzo.
132 x 132 cm, carvão e acrílico sobre canvas.
O Edifício Matarazzo foi projetado pelo arquiteto italiano
Marcelo Piacentini por encomenda do empresário
Ermelino Matarazzo. Foi inaugurado em 1939.
Com a decadência do grupo passou às mãos do banco Banespa,
e chamado de Banespinha. Desde 2004 é a sede da
prefeitura da cidade de São Paulo, que o negociou com o banco.
São Paulo, c.1950, detalhe
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São Paulo, centro, c.1950. Ao fundo, o Banespa.
132 x 110 cm, carvão e acrílico sobre canvas.
O edifício do Banespa chama-se, na realidade, edifício
Altino Arantes, e foi construído por ordem do então interventor
federal Ademar de Barros, em 1939. Levou oito anos para
ser terminado e foi inaugurado em 1947 pelo mesmo Ademar de Barros, na
época governador de São Paulo.
Seu projeto original foi modificado para que seu design se
assemelhasse ao Empire State Building, de New York.
É o terceiro edifício mais alto de São Paulo e o quarto do Brasil.
A bandeira do Estado que fica em seu topo mede
7,20 mts de largura x 5,40 mts de altura e é trocada mensalmente,
por conta do desgaste causado pelos fortes ventos naquela altura.
São Paulo, centro, c.1950, detalhe
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Estação da Luz c. 1925
132 x 110 cm, carvão e acrílico sobre canvas
A Estação da Luz foi aberta ao público em primeiro de março de 1901,
e construída com o objetivo de sediar a recém criada
São Paulo Railways, de origem britânica. Foi, no início do século XX,
a principal porta de entrada da cidade.
Na realidade essa nova construção substituiu a antiga estação,
de 1867. Sua estrutura metálica de ferro fundido foi trazida
da Inglaterra em partes, e montada aqui.
Seu projeto é atríbuido ao engenheiro inglês Henry Driver.
A Estação abriga, desde 2006, o Museu da Língua Portuguesa.
Estação da Luz, c.1925, detalhe
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São Paulo, centro, c.1930. O Vale do Anhangabau.
132 x 110 cm, carvão e acrílico sobre canvas.
Em 1822 a região do Vale era pouco mais que uma chácara
pertencente ao Barão de Itapetininga, onde se vendia agrião e chá.
Os moradores precisavam atravessar a Ponte do Lorena para
chegar ao outro lado do morro, dividido pelo rio.
Esse caminho foi transformado em rua em 1855.Era
a rua Formosa.
Em 1877 começou a urbanização da área, com a idealização
do Viaduto do Chá, que veio a ser inaugurado em 1892.
Depois de várias mudanças, na década de 80 os arquitetos
Jorge Wilheim, Jamil José Kfouri e Rosa Grena Kliass foram
os vencedores de um concurso público promovido pela
prefeitura, com o projeto que criou a grande laje sobre as
avenidas existentes, e a área verde entre os viadutos Santa Efigenia
e Viaduto do Chá, que é a configuração atual do Vale.
São Paulo, centro, c.1930, detalhe
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O restaurante Mania, em Alphaville, onde estão as obras atualmente.
Detalhes do interior do restaurante, com as obras de São Paulo.
Fechando, a imagem do Cristian, que trabalha conosco aqui
no studio, interagindo enquanto eu pintava as telas.
A foto saiu por acaso total, mas o pessoal aí pela net achou bacana.
Tá valendo.
Marco Angeli, agosto de 2010
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